Hélio Costa quer informações sobre venda da Cemig



A companhia norte-americana AES poderá ter que explicar no Senado por que não cumpriu acordo feito com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para o financiamento da aquisição de parte das ações das empresas elétricas Eletropaulo e Cemig (distribuidoras de energia de São Paulo e Minas Gerais). O senador Hélio Costa (PMDB-MG) apresentará ainda nesta quinta-feira (22) requerimento solicitando a realização de audiência pública com a ministra de Minas e Energia, Dilma Rousseff, o presidente do BNDES, Carlos Lessa, além dos controladores da Cemig (o governo de Minas) e da Eletropaulo (a própria AES).

O senador disse que o BNDES concedeu em 1997 financiamento de R$ 600 milhões a consórcio formado pelo Banco Opportunity e a empresa norte-americana para a compra de 33% das ações da Cemig. O contrato previa um prazo de carência de cinco anos, expirado este ano, com a obrigação de que fosse quitada a primeira parcela, de cerca de R$ 87 milhões. Hélio informou ainda que, deste total, cerca de R$ 57 milhões caberiam à AES, que não honrou o compromisso. Diante disso, o Opportunity também não pagou, ficando toda a parcela em aberto.

Para agravar o caso, continuou o senador, a empresa já remeteu ao exterior R$ 150 milhões a título de dividendos, tendo direito a mais R$ 19 milhões até o final do ano.

- Estes recursos são do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), portanto, da sociedade. Queremos ouvir o novo presidente do BNDES, que nada tem a ver com isso, mas vai trazer as informações sobre um -negócio da China-, executado em Belo Horizonte e São Paulo. É dinheiro público que temos que saber como foi usado - argumentou.



22/05/2003

Agência Senado


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