Hélio Costa quer informações sobre financiamento do BNDES à AES



O senador Hélio Costa (PMDB-MG) anunciou nesta quarta-feira (12) que está encaminhando requerimento ao ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Luiz Fernando Furlan, para obter informações sobre os termos do acordo que permitiu a compra da Eletropaulo e da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) pela empresa norte-americana AES com financiamento do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), com recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). O parlamentar informou que a empresa quer agora adiamento de 90 dias para poder honrar seus compromissos.

De acordo com o senador, a AES pode causar prejuízos da ordem de US$ 1 bilhão ao BNDES/FAT. Em fevereiro, segundo noticiário da imprensa, a AES não honrou o pagamento de uma parcela de US$ 320 milhões, observou Hélio Costa, ressaltando que o Ministério Público Federal do Rio de Janeiro decidiu entrar com ação exigindo um posicionamento do BNDES sobre os empréstimos feitos à AES.

Hélio Costa quer saber do ministro se o BNDES tem garantido condições de igualdade entre empresas estrangeiras e brasileiras no acesso a recursos do banco. Em sua opinião, quando aparece um obra importante no Brasil, as empresas estrangeiras obtêm empréstimos com juros subsidiados, o mesmo não ocorrendo com as empresas nacionais. De acordo com o senador, recentemente, em Minas Gerais, empréstimo para a construção de linha de transmissão entre Marimbondo e Itumbiara foi concedido para um consórcio espanhol.

O tratamento das corporações estrangeiras em relação às empresas nacionais é bem diferente, comparou o senador, destacando que neste mês a Varig teve uma aeronave arrestada em Miami (EUA) pela GE Capital Aviation Service (Gecas) por falta de pagamento do aluguel. Já em relação ao não pagamento da AES, disse Hélio Costa, o vice-presidente da Câmara do Comércio dos Estados Unidos, Mark Smith, declarou à imprensa que o governo brasileiro deveria apoiar o adiamento do pagamento da dívida da AES, pois o presidente Luiz Inácio Lula da Silva gerou incertezas no mercado internacional quando ainda era candidato.



12/03/2003

Agência Senado


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