Hélio Costa quer mais debates sobre a Alca



Preocupado com o compromisso assumido pelo presidente da República de respeitar o cronograma que estabelece a Área de Livre Comércio das Américas (Alca) em 2005, o senador Hélio Costa (PMDB-MG) fez um apelo nesta quinta-feira (3) para que o Congresso Nacional debata mais amplamente a adesão do Brasil a este bloco. O senador assinalou que a Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE), da qual faz parte, decidiu realizar audiências semanais sobre a Alca. O presidente da CRE, senador Eduardo Suplicy (PT-SP), disse que é importante o Senado acompanhar de perto as negociações em torno da Alca. Ele adiantou que está preparando, para agosto próximo, a vinda do ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, para explicar na CRE como está sendo feita a negociação, quais são exatamente os termos do acordo e quais são as propostas dos Estados Unidos e do Brasil. Hélio Costa ressaltou como as barreiras alfandegárias e fitossanitárias têm impedido o Brasil de competir no mercado americano. Ele citou estudo realizado pela Associação Latino-Americana de Integração (Aladi), que analisou as potenciais vantagens e desvantagens que o Brasil teria caso aderisse à Alca. O estudo identificou 38 setores e 176 produtos brasileiros ameaçados pela concorrência adicional que a abertura comercial do Mercosul aos demais países da Alca representaria. - Esses produtos englobam 10% das exportações totais e mais da metade das exportações para a região. A maior concentração está em setores da atividade industrial, tais como máquinas, equipamentos de transporte, papel, manufatura de borracha e de plástico. Pelo lado das oportunidades, continuou o senador, o estudo apontou 35 setores e 79 produtos que poderiam encontrar na Alca ambiente favorável para a expansão das exportações, como alimentos, bebidas, mineração, metalurgia e calçados. Esses setores respondem atualmente por cerca de 2/3 das exportações do Brasil.

- Por outras palavras, a Alca não é intrinsecamente boa ou má para o Brasil. Uma coisa, porém, é certa: a Alca será tanto melhor quanto maior o número de interlocutores hábeis a identificar os pontos fortes e as fragilidades que caracterizam o mercado nacional. Nesse sentido, estamos convictos de que o Parlamento tem um papel fundamental a cumprir.




03/07/2003

Agência Senado


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