Heloísa espera que Plenário reveja decisão da CCJ sobre instalação da CPI dos Bingos
A senadora Heloísa Helena (sem partido-AL) voltou a manifestar nesta sexta-feira (12) esperança de que o Plenário do Senado, "no alto da sua altivez e não levando em conta apenas a conveniência", reveja na próxima semana a decisão da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) que considerou legal a determinação do presidente do Congresso Nacional, senador José Sarney, no sentido de não indicar senadores para comporem a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos.
- Mas se o Plenário acatar a decisão da CCJ irei recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) para que o Senado possa instalar a comissão parlamentar de inquérito - informou a senadora, para quem foi criada no Congresso Nacional, especialmente no Senado, uma nova e perigosa moda: "a ditadura dos líderes". Segundo a senadora, essa situação vem impedindo a minoria de exercer o que classificou de sagrado direito, ou seja, o Legislativo fiscalizar os atos do Poder Executivo.
Heloísa Helena acredita que as CPIs dos Bingos e do caso Waldomiro Diniz devem ser instaladas já que, conforme observou, está provado que o ex-assessor da Casa Civil da Presidência da República, na condição de agente público, "exerceu tráfico de influência no seio do poder, com ramificações dentro do próprio Palácio do Planalto".
Para a senadora, isso é grave e, portanto, deve ser investigado para combater "a estrutura apodrecida da narcopolítica, além de desvendar os mistérios sujos de corrupção instalados na estrutura do Poder". Em aparte, o líder da Minoria, senador Efraim Morais (PFL-PB), também manifestou preocupação com relação à não instalação da CPI dos Bingos, o que mostra, segundo ele, "que o governo Lula está institucionalizando a impunidade no país".
Munida de documentos do Ministério Público, Heloísa Helena citou encontros de Waldomiro Diniz com representantes da multinacional americana Gtech que, disse, levaram à assinatura de um contrato de R$ 800 milhões "lesivo ao interesse público". O estranho, notou a senadora, é que a própria direção da Caixa Econômica Federal (CEF) deixou escapar a oportunidade de reduzir o valor do contrato com a empresa, conforme ficou provado, em cerca de 25%.
12/03/2004
Agência Senado
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