HELOÍSA HELENA CRITICA OMISSÃO DO GOVERNO NA ÁREA EDUCACIONAL



A senadora Heloísa Helena (PT-AL) criticou nesta terça-feira (dia 19) o balanço dos programas sociais do governo apresentados em cadeia nacional pelo presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, classificando os dados relativos à educação como "propaganda enganosa".
De acordo com os dados divulgados pelo presidente, durante seu governo 37 milhões de estudantes na faixa etária entre sete e 14 anos de idade estão freqüentando a escola; mais de um milhão de famílias receberam bolsa-escola; e o número de matrículas aumentou em mais de 40%. Segundo Heloísa Helena, o presidente omitiu o abandono do atendimento escolar das crianças até seis anos de idade, da creche à pré-escola. "Apenas 2% dessa população, ou 21 milhões de crianças, está sendo atendida pelo poder público", protestou.
Em relação ao ensino fundamental, Heloísa Helena disse que "é o cúmulo da demagogia" o governo ostentar aquilo que é sua obrigação constitucional. Pela Constituição, o ensino fundamental é o único nível que deve ser oferecido obrigatoriamente pelo governo e que envolve, além das crianças de sete a 14 anos, os jovens com defasagem escolar. Ela lembrou também que os jovens com mais de 15 anos de idade que não têm acesso ao ensino fundamental já somam 75 milhões e chega a 16 milhões o número de jovens de 17 a 19 anos que não têm nenhuma relação com a escola.
Na área de infra-estrutura, a senadora revelou que 80% das escolas do Nordeste não têm abastecimento de água; 57% das escolas brasileiras não têm torneiras, e 30% não têm sanitários. Ela assinalou ainda que o governo atendeu mais de um milhão de famílias com bolsa-escola, mas num universo de 70 milhões de famílias pobres. "Sem escola, sem trabalho e sem projeto de vida, estão criadas as condições para a propagação da violência e da criminalidade", concluiu.
O senador Lauro Campos (PT-DF) observou que o governo é composto de "brasileiros contrariados, pessoas alienadas, que gostariam de estar num bom restaurante em Paris, em Londres ou dando palestras em Nova York sobre o irreal". Campos criticou a proposta do presidente de, até o final do governo, colocar um aparelho de TV em cada sala de aula, "onde o quadro negro já foi destruído, onde não há uma caixa de giz". Para o senador, a proposta é substituir os professores por aparelhos de TV. Ele disse ainda que não consegue entender como alguém pode levar a sério um presidente da República que classificou a si mesmo, quatro vezes, como mentiroso.

19/09/2000

Agência Senado


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