Heloísa Helena critica superávit orçamentário
A senadora Heloísa Helena (PSOL-AL) criticou o governo por estabelecer superávits orçamentários alimentados pela ausência dos investimentos em infra-estrutura e em setores como saúde, saneamento, moradia e educação. Em pronunciamento feito nesta terça-feira (21), ela também destacou o falecimento do socialista italiano Lívio Maitan, no último dia 16, aos 81 anos.
Para a parlamentar, "a ausência de investimentos existe pela economia dos gastos públicos para encher a pança dos banqueiros". Ela disse que deixaria de ser uma senadora de esquerda se alguém lhe mostrar um país que tenha conseguido se tornar uma nação seguindo a receita imposta pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), na qual consta a exigência de os países obterem superávits primários para garantir o pagamento de juros de suas dívidas.
Heloísa Helena informou que o governo anterior utilizou o equivalente a 45,16% do orçamento da União para compor o superávit e garantir o pagamento de serviços da dívida. O atual governo, no ano passado, foi além, utilizando o equivalente a 54,16% do orçamento para juros e amortizações.
O segundo passo do receituário do FMI, afirmou, começa agora a ser posto em prática pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva, com a proposta de instituir as parcerias público-privadas (PPPs). De acordo com a senadora, trata-se de privatizar o que sobrou dos setores estratégicos, como saneamento, educação, saúde e moradia popular.
Maitan
Heloísa Helena comunicou ao Plenário o pesar do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) pela morte de Lívio Maitan, para ela um dos mais destacados militantes de esquerda de todo o mundo. A senadora registrou que ele foi um dos condutores da 4ª Internacional Socialista, tendo defendido um programa de marxismo revolucionário "nos difíceis anos do pós-guerra".
A senadora destacou o papel fundamental de Maitan na formação de dirigentes da esquerda italiana e na árdua batalha contra o sectarismo do movimento trotskista. Ela leu trechos de um texto sobre o falecido escrito pela militante feminista e comunista italiana Lídia Cirillo.
21/09/2004
Agência Senado
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