HELOISA HELENA DIZ QUE JULGAMENTO DE RAINHA É POLÍTICO
- É contra qualquer lógica julgar uma pessoa por um crime ocorrido no dia 5 de junho, no Espírito Santo, quando há várias testemunhas atestando que, nessa data, Rainha estava no Ceará, onde até compareceu à uma audiência com o governador Tasso Jereissati - disse a senadora.
Heloisa Helena protestou contra o fato de que está sendo considerada a declaração de uma única testemunha que disse ter visto um homem baixo, gordo e sem barba, de nome José Rainha, cometer o duplo assassinato. "É inaceitável tal testemunho quando todos sabemos que Rainha é magricela, alto e usa barba. Esse é um julgamento político dos que lutam pela reforma agrária", argumentou.
Em apartes, os senadores Roberto Requião (PMDB-PR), Amir Lando (PMDB-RO), Ademir Andrade (PSB-PA) e José Eduardo Dutra (PT-SE) apontaram várias irregularidades no julgamento, em especial a decisão do juiz Ronaldo Gonçalves de Souza de liberar os jurados para pernoitar em um hotel, quando a lei brasileira exige que permaneçam incomunicáveis durante todo o julgamento. "Essa liberação já é motivo suficiente para anular o julgamento", argumentou Requião.
Também em aparte, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) relatou que as duas testemunhas de acusação entraram em contradição, durante sua argüição nesta terça-feira. "Tenho certeza de que José Rainha será absolvido dessa acusação injusta. É bom que isso aconteça, porque ele é inocente e a opinião pública mundial está com os olhos voltados para o Brasil, em função desse julgamento".
04/04/2000
Agência Senado
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