Renan diz que seu julgamento deve ser técnico e não político



O presidente do Senado, Renan Calheiros, chegou na manhã desta quarta-feira (27) ao Congresso, dizendo que o julgamento da representação encaminhada ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar contra ele deve ser técnico, concentrado nas provas por ele apresentadas, não político. Renan voltou a dizer que, no julgamento da representação apresentada pelo PSOL com base em denúncia de que o senador teve parte das despesas pessoais pagas por um funcionário de uma empreiteira, o importante é que prevaleça a verdade.

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- Não adianta o Conselho de Ética fingir que está cumprindo seu papel ou tentar cumprir seu papel e não fazê-lo na plenitude, e ficar nessa zona cinzenta, que não é boa nem para a democracia, nem para o Senado, nem para mim, nem para o Brasil. É importante que tudo se esclareça, tudo, absolutamente tudo.

Renan explicou que, sendo o seu julgamento exclusivamente técnico, amparado em provas, na medida em que um partido político tenta formar posição interpretando-o como um processo político, termina por conseguir transformar a causa num processo político, o que não é apropriado. Ele argumentou que o jurista Rui Barbosa já dizia que, num julgamento político, primeiro vem a sentença e depois se arrolam as provas, sejam elas quais forem. E alertou:

- Isso não pode acontecer no Estado que estamos vivendo, na democracia brasileira.

Indagado pela imprensa sobre a nova crise que se instalou no Conselho de Ética, em conseqüência da renúncia do senador Sibá Machado ((PT-AC) à presidência, Renan se recusou a comentar esse problema.

- Essa coisa de Conselho de Ética não é comigo, é com o Conselho de Ética. Qualquer coisa, perguntem ao Conselho de Ética. Se a questão política está contaminando a situação, é o partido político tentando fechar questão no Conselho de Ética. Isso nunca houve, porque o Conselho de Ética tem que julgar de acordo com as provas do processo. E nós fizemos as provas contrárias, mostrando tudo, absolutamente tudo. Se há tentativa de influência política, vocês sabem de onde vem.

Renan foi também perguntado se gostaria que esse processo se encerrasse logo. Sua resposta:

- Não se trata de acabar logo ou não. Isso é irrelevante. O relevante é que a verdade prevaleça, prospere. É isso que todos nós queremos.



27/06/2007

Agência Senado


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