Heloísa Helena tentou emendar projeto do foro privilegiado



Com 27 votos contrários, 15 favoráveis e uma abstenção, foi rejeitada a emenda por meio da qual a senadora Heloísa Helena (PT-AL) tentou modificar o projeto que dá foro privilegiado às autoridades que, depois de deixarem o cargo, forem processadas por atos praticados durante o seu exercício.

Alguns senadores defenderam a idéia da senadora. Jefferson Péres (PDT-AM) disse ter séria dúvida sobre a constitucionalidade do projeto. Ele acha que alargar a competência dos tribunais superiores é uma mudança que só poderia ser feita por emenda à Constituição, não por via infra-constitucional.

No entender de Péres, o projeto podia ter merecido um estudo mais acurado da Comissão de Constituição, Justiça. O parlamentar também entendeu que o texto aprovado estende o foro privilegiado dos próprios senadores para quando terminarem seus mandatos, o que significa que o Plenário poderia estar votando em causa própria.

Também em defesa da emenda, o senador José Eduardo Dutra (PT-SE) lembrou que vivemos numa república e que o foro privilegiado deve ser visto como uma exceção relacionada ao exercício do mandato e enquanto ele está sendo exercido. Em sua opinião, estender essa exceção para os processos que surgirem depois que a autoridade deixar o cargo se justifica apenas para o presidente da república.

- A partir do momento em que deixa o cargo, o presidente está sujeito a uma proliferação de ações nos mais diversos rincões do pais. Se tiver que se deslocar para se defender de todas, ele não vai fazer outra coisa a não ser se defender.

Depois de o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) também se manifestar em favor da emenda, Romero Jucá (PSDB-RR) a condenou, sustentando que o projeto aprovado não cria privilégio para ninguém, visto que o foro privilegiado já está na lei. -O Ministério Público, os procuradores, os juízes, os desembargadores já têm foro privilegiado, e não só para ação específica do exercício dos seus mandatos. É para qualquer crime - assassinato, roubo, estupro, trafico de droga. Por isso, não estamos criando prerrogativa nenhuma-, acrescentou.



17/12/2002

Agência Senado


Artigos Relacionados


Projeto que agiliza julgamentos em foro privilegiado é aprovado na CCJ

Projeto que agiliza julgamentos quando há foro privilegiado é aprovado em turno suplementar

Projeto que agiliza julgamento de ações penais em que há foro privilegiado está na pauta da CCJ

Projeto que suspende prescrição de ações quando há foro privilegiado é aprovado em turno suplementar

Senado aprova MP que dá a presidente do BC foro privilegiado

Paim volta a defender o fim do foro privilegiado