Heloísa nega que escolas do MST disseminem o ódio



A senadora Heloísa Helena (PSOL-AL) contestou que as escolas de formação mantidas por movimentos sociais, como o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), a Comissão Pastoral da Terra (CPT), o Movimento de Libertação dos Sem Terra (MLST) e o Movimento Terra Trabalho e Liberdade (MTTL), disseminem o ódio entre as crianças. Ao contrário, ela testemunhou que são ensinados o sentido do patriotismo e da irmandade entre os povos, além da solidariedade e da fraternidade.

- A sociedade capitalista é que cultiva o ódio, que corrompe o sentido humano, que destrói pessoas, que violenta e gera pessoas violentas. É a sociedade capitalista que coloca crianças de oito anos como olheiros da estrutura podre do narcotráfico e as paga com sanduíches de mortadela ou pedras de crack. Que empurra meninas de 8, 9, 10 anos para vender o corpo por um prato de comida – afirmou Heloísa Helena. O pronunciamento da senadora foi motivado por discurso feito anteriormente pelo senador Ney Suassuna (PMDB-PB), que pediu ao Ministério da Educação uma investigação sobre denúncia publicada na revista Veja desta semana, dando conta que, da mesma forma que os internatos mulçumanos, as escolas dos sem-terra ensinam o ódio e instigam a revolução. Para a senadora por Alagoas, a luta pela terra independe de convicções ideológicas. Ela lembrou que a reforma agrária, que é uma obrigação constitucional do governo brasileiro, não deve se resumir à distribuição de lotes. Mais do que isso, acrescentou, o governo também deve oferecer assistência técnica, infra-estrutura e subsídios agrícolas.

Em aparte, Ney Suassuna também defendeu a reforma agrária e confessou ficar envergonhado ao trafegar por estradas e ver a quantidade de terras devolutas abandonadas. Por outro lado, ele reforçou a importância do governo federal inspecionar as escolas coordenadas pelos movimentos sociais para evitar que o Brasil repita a experiência vivida no Oriente Médio, onde o ódio é disseminado a partir de algumas escolas.



08/09/2004

Agência Senado


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