Heráclito diz que divergências no governo impedem um maior crescimento do Brasil
O senador Heráclito Fortes (PFL-PI), em discurso no Plenário, na sexta-feira (8), utilizou dados de entrevista concedida pela ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, à jornalista Míriam Leitão, da TV Globo, para alertar o governo sobre os atrasos em obras importantes, especialmente a construção da usina hidrelétrica de Belo Monte (PA). Para o senador, as divergências entre a Casa Civil e o Ministério do Meio Ambiente - que não teria concedido licença ambiental para a execução de algumas obras - precisam ser resolvidas a fim de permitir que o Brasil possa crescer os 5% prometidos pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
- Não podemos negar que a questão de Belo Monte é premente. É um novo apagão que vem aí, ou então não é verdade que o governo quer que o país cresça; e não pode crescer sem energia e sem investimento - ressaltou Heráclito.
Ao destacar o desempenho da ministra durante a entrevista, o senador chegou a sugerir que o governo federal institua um gabinete de crises sob o comando de Dilma Rousseff. Lembrou que a titular da Casa Civil respondeu a questões que, na sua opinião, não tinha obrigação de saber com detalhes. O senador também criticou o que qualifica como omissão do presidente Lula em relação à crise do setor de tráfego aéreo e à questão da segurança pública nos grandes centros urbanos. Para exemplificar a situação, citou o assalto de que foram vítimas, na quinta-feira (7), os ministros do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes e Ellen Gracie, que preside a instituição.
O parlamentar solidarizou-se com os ministros e lembrou que casos como esse e os problemas do setor aéreo geram insegurança para a população e afetam o turismo.
- Infelizmente no Brasil é preciso um avião cair para que se atente sobre a crise no setor; é preciso uma autoridade ser lesada para que se tomem providências contra a violência - ressaltou.
No discurso, ainda, Heráclito cobrou das autoridades federais, estaduais e municipais que deixem de tratar a segurança apenas como um tema de campanha eleitoral, já que, em sua opinião, "é obrigação do gestor tomar providências enérgicas em relação a isso".
Em aparte, o senador Valdir Raupp (PMDB-RO) criticou a burocracia do governo federal e elogiou o estado de Minas Gerais, que, registrou, alavancou seu crescimento com agilidade na concessão de licenças ambientais. Também lamentou que obras públicas tenham sido paralisadas no Rio Madeira, em Rondônia. Já o senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR) pediu soluções para o problema fundiário de seu estado.
08/12/2006
Agência Senado
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