Heráclito Fortes não concorda com extensão do prazo da CPI proposta pelo governo



O senador Heráclito Fortes (DEM-PI) protestou contra a idéia defendida pelo líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), de fixar o prazo de abrangência das investigações da CPI do cartão corporativo a partir de 1998, de modo a incluir um período do primeiro governo de Fernando Henrique Cardoso e a segunda gestão de FHC.

- Esta é a linha de raciocínio de quem defende o governo Lula: manifestar suaseriedade com muitos anos de atraso. Eles não querem ficar sozinhos na investigação, querem companhia para usar as pessoas como escudo protetor. Não são os gastos do SNI ou da Polícia Federal que estão nos preocupando. Queremos investigar a "farra do boi" que está havendo com os gastos do governo Lula. O cartão corporativo virou a bolsa-família dos apaniguados do governo - afirmou.

Heráclito avalia que, se todas as despesas estivessem corretas, o ministro dos Esportes, Orlando Silva, não tomaria a iniciativa de devolver R$ 30 mil. Para ele, o presidente Lula pode ser culpado por omissão, mas não representa o foco da investigação, porque a oposição está atrás das extravagâncias do cartão corporativo, como compra de flores, tapioca ou despesas no Baixo Leblon.

O senador pelo Piauí afirmou que uma CPI, quando nasce por iniciativa do Congresso, tem tudo para prosperar, mas quando nasce por iniciativa do governo representa um fato preocupante, porque certamente não quer investigar, e isso, na sua avaliação, é preocupante.

- Ninguém está aqui querendo saber se o presidente Lula comprou ou deixou de comprar com o cartão de uso do Presidente da República. Não desvie a atenção da opinião pública. Queremos saber sobre a tapioca, as orgias que se espalham por este Brasil afora e que contaminaram a Administração Pública - declarou da tribuna o senador.

Em aparte, o senador Geraldo Mesquita Júnior (PMDB-AC) disse ter sido uma grande decepção para ele a iniciativa do governo de abafar a CPI do ex-assessor da Presidência da República Waldomiro Diniz. Por isso, considera bom o fato de o governo ter tomado a iniciativa, agora, de pedir uma CPI.

Mesquita Júnior, no entanto, defendeu a necessidade de haver um requerimento de CPI sem rasuras, porque isso poderia estabelecer um precedente para adulterações posteriores. Portanto, alertou, devemos refazer o requerimento, para assinar um texto limpo, sem rasuras.



08/02/2008

Agência Senado


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