Heráclito manifesta preocupação com críticas de governistas ao novo salário mínimo



O senador Heráclito Fortes (PFL-PI) disse ver algo errado no fato de quatro integrantes da base do governo terem se manifestado em pronunciamentos no Plenário do Senado na manhã desta sexta-feira (30) com críticas ao próprio governo. Ele lembrou que os senadores Paulo Paim (PT-RS), Cristovam Buarque (PT-DF), Serys Slhessarenko (PT-MT) e Geraldo Mesquita Júnior (PSB-AC) criticaram o valor do novo salário mínimo de R$ 260 anunciado na quinta-feira (29) pelo presidente da República.

- Tivemos quatro discursos da base do governo e nenhum a favor. Não vimos ninguém da base do governo defender o governo, a não ser o senador Tião Viana para confirmar a exceção. Isso me deixa profundamente preocupado. Algo está errado nisso - observou Heráclito.

Para o senador, o governo não está sabendo se comunicar ou está cometendo um erro como o que fez com o senador Paulo Paim. Na avaliação do senador, o governo cometeu uma grande injustiça com Paim por não ter comunicado ao senador com antecedência o percentual definido para o reajuste do salário mínimo.

- É uma das maiores injustiças o que se fez. O discurso de Paim é o mesmo há 12 anos, ou seja, a defesa de um salário mínimo justo. O mínimo que deveria ter sido feito é tê-lo chamado e comunicado a decisão e evitar que ele ficasse sabendo pelas ruas - afirmou.

Ele disse que não poderia deixar de fazer o registro da presença da base do governo nas sessões de sexta-feira, uma vez que tem destacado igualmente as ausências desses senadores nesses dias. Heráclito também disse que vai sugerir aos seus colegas de oposição na Casa que se dediquem mais ao trabalho com suas bases nas sextas-feiras, já que estão sendo substituídos pela base do próprio governo no papel de fazer críticas ao governo.

Heráclito também manifestou apoio a requerimento anunciado no início da sessão pelo senador José Jorge (PFL-PE). O senador por Pernambuco disse que irá solicitar informações ao ministro do Planejamento, Guido Mantega, sobre a intenção do governo federal de manter a meta de dobrar o salário mínimo até o final do mandato.

- Se nos dois primeiros anos de mandato o aumento foi perto de zero, como vamos dobrar o salário nos dois anos que faltam? Tenho certeza de que o requerimento não ficará sem resposta e que as informações serão importantes para os trabalhadores que confiaram nas promessas de praça pública - disse o senador.



30/04/2004

Agência Senado


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