Heráclito presta solidariedade ao caseiro Francenildo



O senador Heráclito Fortes (DEM-PI) prestou solidariedade ao caseiro Francenildo Costa, seu conterrâneo, "por ter sido derrotado" em decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). Por cinco votos a quatro, o STF rejeitou, nesta quinta-feira (27), o pedido do Ministério Público Federal de abertura de processo criminal contra o ex-ministro da Fazenda e hoje deputado federal Antonio Palocci (PT-SP), por suposta participação em quebra ilegal de sigilo bancário do caseiro, em 2006.

Na avaliação do senador, foi uma derrota parcial, uma vez que o presidente da Caixa Econômica Federal (CEF) à época, Jorge Mattoso, deverá responder a processo em primeira instância. Além disso, observou Heráclito, Francenildo perdeu por apenas um voto e a Suprema Corte reconheceu que ele falou a verdade.

O senador lembrou ter sido acusado "pelos aloprados do PT" de ter, à época, feito depósitos na conta do caseiro, o que teria motivado a quebra do sigilo de Francenildo.

- Eu não o conhecia e não fiz o depósito em sua conta - reforçou Heráclito.

Na avaliação do senador, o julgamento do ex-ministro merece reflexão, pois o caseiro levou ao Supremo um "caso emblemático".

- Invadiram suas contas, a sua privacidade e até hoje esse rapaz vive, segundo a imprensa, de biscate - lamentou o senador. Para ele, a decisão do STF foi eminentemente técnica, por falta de prova formal.

Receita Federal

Ao se referir às decisões em torno de um suposto encontro entre a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, e a ex-secretária da Receita Federal Lina Vieira, Heráclito disse ser necessário que o Brasil fique atento ao que ocorreu no caso Francenildo, porque a origem, disse ele, seria a mesma - o Ministério da Fazenda.

Segundo o senador, o foco da questão atual deveria ser o motivo pelo qual Lina Vieira foi demitida e a razão pela qual ela foi nomeada para o cargo. Para ele, a designação de Lina teve por objetivo retirar o então ocupante do cargo, Jorge Rachid, que estaria incomodando os protegidos do governo do PT.

- Acharam que iriam encontrar na Lina a pessoa que aceitaria as manipulações que o governo queria para atender ao espírito corporativo e de perseguições - observou.

Heráclito também avaliou como "muito frágeis" os elementos que o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), recebeu do Gabinete de Segurança Institucional para explicar o registro de acessos ao Palácio do Planalto. Na avaliação do senador pelo Piauí, "quanto mais se tenta explicar, pior fica para o governo".

Heráclito também criticou a atuação do governador do Piauí, Wellington Dias, que teria vetado a aprovação no Orçamento de duas emendas de parlamentares para beneficiar a capital Teresina, sendo uma de sua autoria, para urbanização da Vila da Paz. Para o senador, trata-se de uma perseguição ao prefeito da capital, Silvio Mendes.

28/08/2009

Agência Senado


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