Heráclito quer que reformas estruturais só valham a partir de 2014



O 1º secretário do Senado, Heráclito Fortes (DEM- PI), anunciou nesta sexta-feira (22) que vai apresentar uma proposta até o final deste semestre para que sejam votadas todas as reformas estruturais, como a política, a administrativa e a tributária, condicionando suas validades apenas para depois de 2014. Em entrevista à imprensa, logo após tratar do assunto no plenário, o senador disse que idéia de implantar todas essas mudanças daqui a cinco anos serviria inclusive para evitar um terceiro mandato do presidente Lula.

- Mas me parece que o presidente da República rejeita a idéia, o que já é um bom sinal -avaliou.

Ao lembrar que é parlamentar desde 1982 e que nesse período não viu vingar nenhuma das grandes reformas de peso, o senador disse que, a seu ver, esta seria a única forma de o Congresso escapar ao casuísmo e ao jogo de interesses políticos, típicos do período eleitoral.

- Não adianta nós ficarmos nessa queda-de-braço de querer votar a reforma hoje e amanhã, porque aí vem o casuísmo. Quando não se quer aprovar nada, se joga, no bojo, uma série de propostas polêmicas e, aí, isso se transforma em uma verdadeira queda-de-braço - declarou o senador.

Sua idéia é que os governadores eleitos em 2010 sabiam e assumam a responsabilidade de promover a transição do que foi aprovado. Ou seja, o governador eleito para o quadriênio 2010 a 2014, terá obrigação de preparar e promover no estado as ações necessárias à efetivação de todas as reformas que venham a ser aprovadas.

- Esta é a única maneira que eu vejo de nós alcançarmos alguma reforma neste país de maneira efetiva, de maneira clara, porque senão, nós vamos sair daqui, seremos substituídos por filhos e netos e nada de concreto vamos alcançar, porque a maioria - a maioria sempre é responsável por isso - quando não quer aprovações, cria os empecilhos e coloca as pedras no caminho - analisou Heráclito.

Em aparte, o senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR) concordou totalmente com a idéia de Heráclito, salientando que a proposta de se votarem reformas que somente valerão para possíveis novos mandatários retira o caráter emocional e imediatista da discussão. Também o senador Paulo Paim (PT-RS) manifestou sua simpatia pela proposição do 1º secretário do Senado, se comprometendo a assiná-la, independente de quem esteja no Executivo.



22/05/2009

Agência Senado


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