Humberto Costa não quis comentar possíveis mudanças
Irritado, Humberto Costa não quis comentar possíveis mudanças no secretariado
Bastante irritando com as declarações do prefeito do Recife, João Paulo (PT), de quea Secretaria municipal de Saúde poderia estar apresentando "melhores resultados", o titular da pasta e pré-candidato do PT ao Governo do Estado, Humberto Costa, não quis fazer qualquer comentários sobre as ações de sua área. Ele preferiu criticar a imprensa. "Nunca fui informado de qualquer descontentamento do prefeito quanto ao trabalho que venho desenvolvendo à frente da Secretaria de Saúde. Muito pelo contrário. Ele sempre foi o primeiro a elogiar nossos esforços e os resultados. Acho que suas palavras foram mal interpretadas. Não sei por interesse de quem, mas sei que alguns setores da imprensa local estão tentando provocar discussões dentro do partido.
Mas não vão conseguir", disparou. As informações sobre uma possível reforma grande na equipe de 1º escalão da PCR, divulgadas pelo ontem pelo JC, deixaram os petistas e integrantes do Governo ainda mais apreensivos. "Nunca fomos informados sobre a existência de qualquer pesquisa interna e muito menos sobre o desempenho de secretários, a exemplo de Humberto Costa (PT) e Edla Soares. É estranho que informações como essas venham a público sem que o diretório municipal tenha sido ouvido. Certamente isso vai fazer parte da pauta de discussão da próxima reunião do diretório, que acontecerá na terça-feira (amanhã)", informou o presidente municipal da legenda, Oscar Barreto.
Outro assunto que deve entrar na pauta do encontro é a existência de 165 servidores lotados no gabinete do prefeito. "Não acredito em superlotação no gabinete, mas acho que alguns serviços já deveriam ter sido desvinculados. Isso também deve ser conversado", minimizou Oscar. O prefeito João Paulo, que abriu os trabalhos do encontro que a executiva estadual do PT realizou ontem, no Recife Plaza Hotel, não quis falar sobre reportagem do JC indicando a primeira reforma no seu secretariado. Fontes ligadas ao prefeito, no entanto, informaram que a divulgação das informações, até então restritas a um pequeno grupo, causou grande mal-estar entre os integrantes do primeiro escalão da PCR.
OPOSIÇÃO NO ATAQUE - A bancada de oposição na Câmara Municipal vai iniciar uma nova onda de ataques à gestão petista. "Estamos preparando uma verdadeira prestação de contas para que a população do Recife saiba quem de fato é o PT", afirmou o vereador Roberto Andrade (PFL). "Depois de tantos episódios, acredito que nem mesmos os petistas mais radicais vão insistir em manter o discurso de que ninguém é mais ético que o PT. Além disso, não podemos deixar que uma declaração do próprio prefeito, que reconheceu o baixo desempenho do candidato da legenda para a eleição majoritária do próximo ano, passe em branco. Para nós João Paulo assinou um atestado de incompetência de Humberto Costa", completou Andrade.
Candidatura de Garotinho provoca racha no PSB
O lançamento da candidatura do governador do Rio de Janeiro, Anthony Garotinho, à presidência da República provocou um racha no Partido Socialista Brasileiro (PSB), que realizava seu 8º Congresso Extraordinário, em Brasília. O lançamento da candidatura, marcado para domingo, foi antecipado para sábado. Por aclamação, o partido confirmou a candidatura do governador carioca, que terá como vice a deputada Luíza Erundina (SP), que queria ser candidata à Câmara dos Deputados.
As primeiras críticas foram imediatas: o governador do Amapá, João Capiberibe, um dos maiores adversários da candidatura Garotinho, deixou o Congresso apressadamente dizendo estar "com dor de cabeça". E o senador Roberto Saturnino (RJ), que não compareceu à reunião, mandou avisar que se Garotinho for mesmo o candidato do PSB ele iria para o PT. Enquanto o senador Ademir Andrade (PA) tentava contornar a situação, garantindo que iria conversar com Saturnino, o deputado federal Eduardo Campos (PE), da nova Executiva Nacional do PSB, sentenciava: se o senador "não cumprir a decisão partidária, está fora do partido". Recém-ingresso no PSB, o senador Paulo Hartung (ES), candidato ao Governo do Espírito Santo, não posou ao lado do candidato.
Na primeira entrevista que deu como presidenciável, Anthony Garotinho disse que renunciará ao governo do Rio até o dia 6 de abril, prazo fatal para a desincompatibilização, e garantiu não ter receio de entregar o cargo à vice-governadora Benedita da Silva, do PT, mesmo ela apoiando o presidenciável Luis Inácio Lula da Silva.
A candidatura de Garotinho ficou acertada, porém, depois que a Executiva Nacional nomeou uma Comissão Eexcutiva provisória em substituição ao diretório estadual do PSB em Minas Gerais, dividido entre uma candidatura própria, um apoio a Lula ou a Itamar Franco. O apoio a Itamar era defendido pelo deputado estadual Jamil Haddad, que acabou internado na UTI do Hospital Santa Luzia após uma ameaça de enfarte. Presidente de honra do PSB, Haddad foi ministro da Saúde no Governo Itamar.
Collor concorre ao Senado de olho na presidência em 2006
SÃO PAULO - A volta do ex-presidente Fernando Collor de Melo (PRTB) ao cenário político terá como objetivo final a disputa à Presidência da República em 2006. Para isso, o ex-presidente concorrerá nas próximas eleições a uma vaga no Senado pelo Estado de Alagoas, com o objetivo de ganhar mais visibilidade nacional para a disputa de 2006. Quem revela o plano de vôo de Collor é o presidente nacional de seu partido, José Levy Fidélix, que comandou ontem um encontro com diversos representantes municipais do PRTB, na sede do partido em São Paulo.
Em entrevista à Agência Estado, José Fidélix disse que a possibilidade de Collor candidatar-se ao Governo de Alagoas em 2002 é um tanto remota, uma vez que o cargo de senador daria mais visibilidade em nível nacional ao ex-presidente, sempre com vistas à cadeira do Planalto em 2006. "Com um bom mandato como senador, Collor terá a visibilidade necessária para voltar à Presidência em 2006", explicou Fidélix, que ainda decide se concorrerá ao governo de São Paulo ou a um cargo de deputado federal nas próximas eleições.
Questionado se o passado de Collor não prejudicaria uma eventual disputa à Presidência - ele foi o primeiro presidente da história da República a sofrer um processo de impeachment, por suspeitas de corrupção, e deixar forçosamente o cargo antes do término do mandato - Fidélix alega que nos últimos 10 anos nada se provou contra o ex-presidente. "Foi uma cassação injusta e o tempo é o senhor da razão. Nada foi provado contra o Collor até hoje. Ao contrário da administração atual, que tem claramente a corrupção no seu seio, como os casos da Sudene, Sudam e de algumas privatizações suspeitas", comenta o presidente do PRTB.
Ele disse acreditar ainda que seu partido terá um substancial crescimento após as eleições de 2002. "Temos dados que indicam um potencial de fazermos um governador (em Roraima), um senador (Collor, por Alagoas), 10 a 12 deputados federais e 40 a 50 deputados estaduais. Com isso, o PRTB deixará de ser um partido pequeno para se tornar um partido médio", diz Fidélix. Sobre os boatos de que o ex-prefeito de São Paulo, Paulo Maluf (PPB), participaria hoje do encontro com os representantes municipais do PRTB, Fidélix disse que há uma grande convergência das propostas dos dois partidos sobre questões administrativas da cidade, mas procurou isolar qualquer relação próxima a Maluf. "Não tenho um passado negro", espetou o presidente do PRTB.
De volta à presidêrncia nacional do PSB, Arraes diz que quadro sucessório ainda não está configurado
Reconduzido por aclamação à presidência nacional do PSB, para cumprir o sexto mandato, o ex-governador Miguel Arraes disse ontem, em entrevista a Dilze Teixeira, que a candi datura do governador Anthony Garotinho (PSB-RJ) à Presidência da República "não impedirá que o partido continue buscando a unidade das oposições". Cauteloso, Arraes evita prognósticos em relação aos candidatos porque acha que "o quadro sucessório ainda não está configurado. As forças políticas ainda vão sofrer alterações pois, algumas as candidaturas colocadas nem estão mesmo definidas". Na entrevista, Arraes informou ainda que disputar uma vaga de senador está fora de suas cogitações e que seu projeto é mesmo eleger-se deputado federal. Ele não quis falar sobre precatórios e a não votação das contas do seu Governo (96), na Assembléia Legislativa. "Disso aí eu só falo em março", afirmou, com um ar de mistério.
JORNAL DO COMMERCIO -- A oficialização da candidatura do governador Anthony Garotinho significa que o PSB desiste da busca da unidade das oposições em 2002?
MIGUEL ARRAES - Não, significa que estamos nos preparando para enfrentar as eleições. O PSB continua conversando com todas as forças de oposição. Nossas diferenças estão em nível programático. O PT, po exemplo, insiste em programas assistenciais, como o bolsa escola, que não vão reverter o modelo que aí está. Enquanto nós, do PSB, estamos discutindo um programa que prevê investimentos em projetos estruturais que absorvam mão de obra em larga escala, gerem empregos. Não queremos medidas paliativas, essas esmolas que viciam e envergonham o cidadão.
JC - O PSDB do presidente Fernando Henrique Cardoso tem quatro pré-candidatos - os ministros José Serra e Paulo Renato e os governadores Tasso Jereissati (CE) e Dante de Oliveira (MT) - mas até agora nenhum deles deslanchou. Qual a sua explicação para isso?
Arraes - O quadro sucessório ainda não está configurado. A população não está totalmente posicionada. Há muita gente que sequer pensa que no próximo ano teremos eleições gerais, muito menos em candidatos. Além disso, as forças políticas ainda vão sofrer alterações porque alguns nomes colocados nem estão mesmo definidos. É muito cedo para avaliar candidaturas.
JC - Como o o sr. explica o crescimento da governadora Roseana Sarney (PFL) nas pesquisas?
Arraes - Esse crescimento é resultado da intensa publicidade que foi feita em torno da governadora. Mas, como a população não está muito preocupada com candidaturas , esses indicadores não querem dizer muita coisa.
JC - O sr. se dispõe a disputar uma vaga no Senado nas próximas eleições?
Arraes - Não. Prefiro disputar uma vaga na Câmara Federal. Como deputado poderei representar o povo no Congresso Nacional. Os senadores representam os Estados da Federação.
JC - Por que o PSB não lançou durante o Congresso alguns candidatos a governador, inclusive o deputado Eduardo Campos, em Pernambuco, como estava previsto?
Arraes - Pensou-se, realmente, em indicar logo alguns candidatos aos Governos. Mas decidimos aguardar mais um tempo, esperar a evolução das alianças nos estados para definir nossos candidatos.
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12/03/2001
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