Ideli apresenta interpelação judicial contra Gabeira



A senadora Ideli Salvatti (PT-SC) apresentou ao Supremo Tribunal Federal, nesta terça-feira (28), uma interpelação judicial contra o deputado federal Fernando Gabeira (PV-RJ) devido a declarações feitas por ele. Gabeira afirmou na sexta-feira (24) que Ideli, líder do PT no Senado, deveria se afastar das investigações conduzidas pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dos Sanguessugas, pois ela não teria repassado a comissão informações consideradas por ele como importantes.

Gabeira se referia ao encontro do qual Ideli havia participado, no dia 4 de outubro, com o senador Aloizio Mercadante (PT-SP), o ex-secretário do Ministério do Trabalho Osvaldo Bargas e o ex-diretor do Banco do Brasil Expedito Veloso. Bargas e Expedito, que atuaram na campanha de reeleição de Luiz Inácio Lula da Silva, são suspeitos de participarem da tentativa de compra do dossiê que incriminaria candidatos do PSDB - incluindo José Serra (SP) - que disputavam as eleições de outubro.

No pedido de explicações que a senadora encaminhou ao Supremo Tribunal Federal, ela destaca que "o interpelado [Gabeira] afirma que a interpelante [Ideli] teria participado de algo que [ela própria] investiga; assim, procura envolvê-la, na condição de cúmplice, no episódio da tentativa de compra do dossiê contra políticos tucanos".

A líder do PT declara ainda, em sua interpelação judicial, que a reunião realizada em 4 de outubro foi divulgada pela imprensa em meados de outubro, mais de um mês antes das declarações de Gabeira. Ela citou nota divulgada por Aloizio Mercadante no jornal Folha de S. Paulo em 13 de outubro - no qual o senador admitiu o encontro e contou que rejeitara sugestão de Bargas para tentar vincular Serra à "máfia das ambulâncias" -, e a matéria "Mercadante admite encontro com petistas antes da operação", publicada por aquele jornal em 14 de outubro.

- Se o fato era de conhecimento público, não pode ter havido omissão de minha parte - disse Ideli, acrescentando que o deputado do PV "requentou uma notícia".

Gabeira afirmou nesta terça-feira que não considera a reunião entre Ideli, Mercadante, Bargas e Expedito como algo ilegítimo, "pelo contrário". Mas ele argumentou que o fato de a senadora ter participado do encontro e também integrar a CPI dos Sanguessugas representa um "conflito de lealdadades".

28/11/2006

Agência Senado


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