Ideli cobra retratação de Mão Santa por declarações contra Dilma Rousseff



A senadora Ideli Salvatti (PT-SC) disse, nesta quarta-feira (3), que o senador Mão Santa (PMDB-PI) deveria se retratar de declarações feitas na sessão deliberativa desta terça-feira (1º), consideradas ofensivas à ministra-chefe da Casa Civil da Presidência da República, Dilma Rousseff. Na oportunidade, o parlamentar usou expressões do livro "Minha Luta", de Adolf Hitler, para criticar obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), lançado pelo governo Luiz Inácio Lula da Silva em 2007.

- O senador Mão Santa se excedeu e faltou com a urbanidade que o Regimento Interno exige dos membros desta Casa. Ao manifestar opinião contrária à ministra, usou de expressões graves, descorteses e insultuosas. Para piorar, justificou-se valendo de remissão à doutrina nacional-socialista, com o fito de estabelecer uma ilação absurda entre a ditadura do Führer (Hitler) e o governo legítimo, democrático e constitucional do presidente Luiz Inácio Lula da Silva - avaliou.

Ideli afirmou que o PT e as mulheres que militam no partido repudiam o nazismo, bem como toda e qualquer ideologia que defenda a discriminação de raça, gênero, origem, classe social ou orientação sexual. Também considerou que a retratação seria um gesto altivo da parte de Mão Santa, que teria abusado do direito de palavra ao se referir à ministra da Casa Civil.

- É preciso dar um basta às reiteradas violações do artigo 19 do Regimento Interno, que nos impõe o uso de expressões condizentes com a nobreza do exercício do mandato parlamentar de senador. Lamentavelmente, a ofensa a esse dispositivo tem sido recorrente, sem que quem esteja no exercício da presidência de nossos trabalhos inste o orador a moderar o linguajar, advertindo-os acerca de sanções mais graves, em face à desobediência do Regimento - concluiu.

Repúdio

Pouco depois do pronunciamento de Ideli, a senadora Serys Slhessarenko (PT-MT) apresentou carta de repúdio ao episódio, encaminhada ao Congresso pela Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres da Presidência da República (SPM-PR) e pelo Conselho Nacional dos Direitos da Mulher (CNDM).

"Exigimos respeito, pois, nós, mulheres, somos mais de 51% da população do Brasil e 42% da população ocupada, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Representamos 52% do eleitorado que legitima, democraticamente, cada legislatura de nosso Congresso Nacional, conforme dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE)", diz a carta.



03/04/2008

Agência Senado


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