Simon cobra resposta de Dilma a declarações do ministro do Trabalho



O senador Pedro Simon (PMDB-RS) disse em Plenário, nesta sexta-feira (20), que a presidente Dilma Rousseff não pode deixar sem resposta o desafio feito durante a semana pelo ministro do Trabalho e Emprego (MTE), Manoel Dias, diante das denúncias de irregularidades na pasta. Simon citou entrevista publicada pelo jornal O Globo, na última quarta-feira (20), em que o ministro afirmou que tomará providências “impublicáveis” caso seja demitido por Dilma.

- A senhora tem que responder a isso – cobrou Simon.

Indicado pelo PDT e com apenas cinco meses no cargo, o ministro ficou exposto por causa de investigações que apontam desvios de recursos transferidos pelo MTE para entidade de Minas Gerais, que é responsável por projetos de treinamento e capacitação em convênios com o estado e prefeituras mineiras. Na entrevista, ele disse que haverá uma devassa em todos os convênios da pasta desde 1990. Afirmou ainda não temer qualquer coisa em relação a sua pessoa, mas sinalizou que o trabalho da força-tarefa poderá “descontentar muita gente”.

De acordo com Simon, Dilma pode desejar que o ministro fique no cargo, por causa de interesses eleitorais. Porém, observou, ele, o próprio PDT do Rio Grande do Sul, estado do ministro, já pediu o afastamento dele.

O senador avaliou que Dilma mudou de comportamento, pois, como lembrou, no início de seu governo chegou a demitir sete ministros em razão de denúncias de irregularidades.

- Não estou discutindo se [o ministro] deve ser cobrado pelo que fez ou não fez, [mas sim que diga] que tem coisas impublicáveis e que duvida que a presidente o demita. E ela não disse uma palavra até agora! – comentou

Nota dez

Simon também comentou a decisão de Dilma de adiar a visita oficial que faria aos Estados Unidos, em outubro, medida justificada pela ausência de resposta aos questionamentos a respeito de ações de espionagem de agência norte americana no Brasil. A seu ver, a ida nesse momento seria politicamente ruim para os dois chefes de Estado, Dilma e Barack Obama. Para Simon, a presidente também acertou no tom, optando por adiar ao invés de cancelar o compromisso, num ato de prepotência.

- Ela saiu com elegância e por essa [decisão] dou nota dez. Mas para seu ministro ficar, porque tem coisas impublicáveis, não sei – destacou.

Farroupilha

O senador também mencionou a Revolução Farroupilha, a guerra regional contra o governo imperial do Brasil celebrada a cada 20 de setembro. Ao destacar o evento, Simon fez uma evocação da história do estado e a exaltação dos valores “gaúchos” e da participação de emigrantes do Rio Grande do Sul na expansão da fronteira agrícola do país, produzindo, como observou, riquezas em unidades federativas do Oeste ao Norte do país.

Simon aproveitou ainda para saudar a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) pelos 67 anos de fundação da entidade.



20/09/2013

Agência Senado


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