Ideli critica privatizações do governo FHC
Ao discursar em Plenário nesta terça-feira (10), a líder do PT no Senado, Ideli Salvatti (SC), afirmou que a população brasileira tem o direito de questionar o candidato à Presidência Geraldo Alckmin sobre privatização de estatais. Ela afirmou que "76% do patrimônio público brasileiro" foi privatizado durante os dois mandatos de Fernando Henrique Cardoso, do mesmo partido de Alckmin, o PSDB.
- Três quartos do patrimônio público brasileiro, acumulado com o dinheiro do povo, foi vendido. Em alguns casos entendo que foi doado,e não tivemos o resultado prático em melhoria das condições de vida da população - disse a senadora, lembrando que Alckmin privatizou a rede de transmissão de energia elétrica durante sua gestão como governador do estado de São Paulo.
Ideli afirmou que os recursos relativos à privatização da Nossa Caixa, "suspensa só agora no segundo turno", estão no Orçamento de 2006 de São Paulo como receita. Ela ressaltou que a proposta foi enviada para a Assembléia Legislativa no ano passado, quando Geraldo Alckmin ocupava o cargo de governador.
A senadora também refutou as críticas da oposição em relação ao avião presidencial, apelidado de "Aerolula". Disse que a aeronave é patrimônio público do Estado brasileiro e tem vida útil de 30 anos, acrescentando que a compra do avião traz economia para os cofres públicos, que têm de arcar com as despesas de transporte do presidente da República.
Ideli citou dados do Sistema de Informações Gerenciais da Execução Orçamentária (Sigeo) da Secretaria de Fazenda de São Paulo segundo os quais as despesas com locação de veículos e aeronaves do governo paulista cresceram 623% entre 2001 e 2005. Ela citou o Brigadeiro Francisco Joseli Parente Camelo, coordenador das viagens internacionais da Presidência da República, segundo o qual entre fevereiro de 1999 e abril de 2001 o governo federal gastou R$ 5 milhões em aluguel de aviões para viagens presidenciais internacionais.
- Então, com avião presidencial ou sem avião presidencial, o gasto de deslocamento é custeado pelos cofres públicos. No caso de alugar ou fretar é muito mais caro, de forma indiscutível - disse.
Logo depois do pronunciamento da líder do PT, o senador Heráclito Fortes (PFL-PI) pediu a palavra e fez alguns questionamentos acerca do avião presidencial, indagando por que foi pago adiantado e por que foi submetido a revisão nos Estados Unidos 60 dias depois da compra. Heráclito perguntou, ainda, por que o avião não atende às características da licitação, quem concorreu para a compra e quais os preços colocados pelos outros fabricantes.
- A modalidade e a forma da compra do 'Aerolula' é que estarrece, é que cria dúvida, é que gera polêmica - resumiu.10/10/2006
Agência Senado
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