Ideli critica privatizações feitas no governo de Alckmin



A senadora Ideli Salvatti (PT-SC) criticou nesta segunda-feira (16) as privatizações feitas durante o período em que Geraldo Alckmin foi vice-governador e governador de São Paulo. Para ela, o advento do segundo turno das eleições trouxe para o debate esse tema. Ideli citou matéria publicada domingo (15) no jornal O Globo, que faz uma retrospectiva das privatizações realizadas pelos sucessivos governos de Mário Covas e de Alckmin.

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- Entre a venda de 20 empresas e concessões de rodovias, a privatização naquele período arrecadou R$ 77,5 bilhões, dinheiro que foi utilizado para o pagamento da dívida, que mesmo assim cresceu 33%. Enquanto isso, o investimento em saúde, educação, habitação e assistência social caiu de R$ 4,5 bilhões, entre 1991 e 1994, para R$ 1,9 bilhão, entre 1999 e 2002 - assinalou.

Ideli disse que Alckmin está tentando se desligar dessa ação de privatização e lembrou que, ao ser eleito como vice-governador na chapa de Mário Covas, em 1994, foi nomeado presidente do Conselho Diretor do Programa Estadual de Participação da Iniciativa Privada na Gestão de Serviços Públicos.

O senador Ramez Tebet (PMDB-MS) disse, em aparte, que estava preocupado e não compreendia porque o tema da privatização só agora estava recebendo alguma atenção no Plenário do Senado. Ele lembrou que o governo de Luiz Inácio Lula da Silva, em quatro anos, não abordou esse assunto. Tebet observou que o Congresso Nacional aprovou a proposta de parcerias público-privadas (PPPs), encaminhada pelo governo, e questionou se isso não é privatização.

- E o Código Florestal? Não é uma espécie de privatização? - acrescentou.

Ideli respondeu comparando as PPPs a "uma espécie de leasing", onde iniciativa privada e governo compartilham investimentos e, após o final do contrato de exploração, o patrimônio fica com o governo.

- Não é o que aconteceu com as empresas privatizadas em São Paulo. Elas serviram para pagar dívida e não para investir no social. Nos quatro anos do governo Lula, nós não privatizamos e pagamos a dívida. Além disso, fizemos reservas de US$ 70 bilhões e ainda aumentamos os gastos com o social - concluiu.



16/10/2006

Agência Senado


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