Ideli diz que país escolheu o caminho de "crescer com distribuição de renda"



Citando estudo feito pelo professor Marcelo Nery, da Fundação Getúlio Vargas, a líder do PT, senadora Ideli Salvatti (SC), afirmou nesta quarta-feira (23) que "crescer com distribuição de renda é o caminho que o país escolheu". Segundo Ideli, o estudo demonstra que houve diminuição da desigualdade no Brasil no governo Luiz Inácio Lula da Silva.

- Entre março de 2002 e junho deste ano, a participação dos 50% mais pobres na renda nacional saltou de 10,11% para 12,20%, enquanto a fatia dos 10% mais ricos caiu de 49,12% para 46,89%. Essa é uma prova inequívoca de que o crescimento econômico está atrelado à diminuição da desigualdade - comemorou.

A senadora também citou matéria do jornal Folha de S. Paulo segundo a qual o lucro da indústria brasileira quase triplicou durante o governo Lula. De acordo com Ideli, levantamento feito pela empresa de consultoria Economática revelou que o lucro de 180 empresas de diversos setores - excluídos os bancos -, no segundo mandato de Fernando Henrique Cardoso, chegou a R$ 71,5 bilhões, contra R$ 213,9 bilhões na gestão Lula, um crescimento de 198,9%.

Ideli destacou ainda que outros jornais noticiaram dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) demonstrando que 81,9% dos acordos salariais negociados no primeiro semestre deste ano obtiveram aumentos superiores à inflação, especialmente em Santa Catarina, onde, segundo a senadora, os trabalhadores ganharam os melhores reajustes salariais dos últimos dez anos.

Em aparte, o senador Heráclito Fortes (PFL-PI) solicitou à Mesa que o discurso da senadora Ideli Salvatti seja encaminhado ao sindicato dos trabalhadores da Volkswagen, empresa que ameaça fechar uma de suas fábricas em São Paulo e demitir milhares de metalúrgicos. Para ele, é "incrível uma senadora do PT fazer apologia do capitalismo e do lucro quando milhares de trabalhadores estão perdendo os empregos".

Heráclito também encaminhou requerimento solicitando informações à Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc) sobre a situação dos diversos setores produtivos do estado. Ideli reconheceu que alguns setores da economia catarinense tem sofrido revezes, como os frigoríficos, com o embargo da Rússia à carne suína e a gripe aviária. Ela também culpou o câmbio pelas dificuldades enfrentadas por outros setores, como o têxtil e o calçadista.

A parlamentar sugeriu que o requerimento de Heráclito fosse estendido a todos os estados, inclusive o Piauí. Heráclito rebateu lembrando que, para a senadora, seria mais fácil obter as informações, uma vez que o governador do Piauí é do Partido dos Trabalhadores (PT). Ele acrescentou que o estado vive seus piores momentos, "com um governo de factóides, um governo petista".



23/08/2006

Agência Senado


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