Ideli lamenta preconceito contra distribuição de renda




A senadora Ideli Salvatti (PT-SC) lamentou o crescimento no Brasil de posturas preconceituosas, principalmente em relação à distribuição de renda alcançada no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A senadora disse que, inicialmente, até considerou positiva uma mensagem que circulava pela internet professando o voto ao candidato à Presidência José Serra, na qual a distribuição de renda era criticada por permitir às classes populares a compra de biscoitos, frangos, celulares e até automóveis e casas. Naquele momento, para ela, foi positivo iniciar a discussão sobre "o significado dessa mobilidade social que tivemos".

Ela ressalvou, porém, que a situação atual gera preocupação. Citou o caso da mensagem preconceituosa contra nordestinos que circulou no microblog Tweeter, cuja autora está sendo agora processada. Também se alarmou com o demantelamento, pela polícia, de um grupo nazista no Rio Grande do Sul, que fazia ameaças inclusive ao senador Paulo Paim (PT-RS). Lamentou, ainda, o ataque protagonizado por jovens de classe média a pessoas na Avenida Paulista, em São Paulo, movido por sentimento de homofobia.

A senadora disse que o jornalista Luiz Carlos Prates criticou, na quarta-feira (17), em programa veiculado pela televisão em Santa Catarina, o governo federal por ter possibilitado a pessoas mais humildes a compra de um carro. Ao criticar o excesso de automóveis nas ruas, o jornalista teria dito, segundo a senadora, que "hoje qualquer miserável tem um carro", "resultado desse governo espúrio que popularizou, pelo crédito fácil, o carro para quem nunca tinha lido um livro".

Para a parlamentar, a sociedade tem de discutir a ampliação do transporte público, em detrimento da utilização do transporte individual. Mas, para ela, dizer que só a elite pode ter um carro "é preconceito puro".

Ideli Salvatti afirmou que a democracia brasileira tem avançado muito em questões como a organização sindical e partidária, a liberdade de imprensa e a eleição para todos os níveis. Mas enquanto houver pessoas passando fome, sem acesso a bens de consumo e a benefícios das políticas públicas, o país não poderá ser chamado de democrático. Afirmou ainda que não se pode permitir que os preconceituosos propaguem a ideia de que o mundo foi feito apenas para meia dúzia e não para todos.

Em aparte, o senador Magno Malta (PR-ES) afirmou que, quando foi quebrado, pela CPI da Pedofilia, o sigilo da rede social Orkut, foi descoberto um grupo que planejava a morte do presidente Lula. Também em aparte, o senador Paulo Paim disse ser preciso "fazer o debate universal contra todo tipo de preconceito", alertando que a questão não pode ser personalizada na ameaça a um senador, mas no perigo "a todo o universo de pessoas que eles (os preconceituosos) querem atingir".



18/11/2010

Agência Senado


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