Ideli lamenta que Garibaldi não se pronuncie sobre manobras anti-regimentais da oposição



A líder do PT no Senado, Ideli Salvatti (PT-SC), disse, nesta terça-feira (22), que o presidente do Senado, Garibaldi Alves Filho, adota posturas diferenciadas para a oposição e para a base governista. Garibaldi, afirmou Ideli, não se manifesta em defesa do Regimento Interno quando a oposição conquista algo utilizando-se de manobras anti-regimentais. A senadora referia-se à aprovação de requerimento pela Comissão de Serviços de Infra-Estrutura (CI), na semana passada, convocando da ministra chefe da Casa Civil, Dilma Roussef, a explicar a elaboração de um suposto dossiê sobre gastos do governo passado com cartões corporativos .

- Nós tivemos, por exemplo, há poucos dias, a aprovação de uma convocação da ministra [Dilma Roussef] para tratar de um assunto que não tem nada a ver com o tema da comissão [de Serviços de Infra-Estrutura] e não teve nenhum pronunciamento [do presidente Garibaldi Alves Filho] - protestou.

A senadora adiantou que a base do governo vai insistir na tese de que o presidente da Comissão de Serviços de Infra-Estrutura (CI), senador Marconi Perillo (PSDB-GO) afrontou o Regimento Interno ao convocar uma ministra para tratar de assunto que não está no âmbito da comissão. Para Ideli, não é correto que, por conveniência da guerra político-partidária, o regimento esteja sendo permanentemente afrontado pelos interesses da oposição.

Ideli disse que gostaria que a oposição respeitasse o Regimento Interno do Senado e as decisões da maioria, em vez de insistir em fazer as coisas a qualquer preço e a qualquer custo. A senadora ressaltou o fato de que não se convoca um ministro na Comissão de Educação (CE) para falar de infra-estrutura, ou na Comissão de Infra-Estrutura para falar de economia.

- Você tem as comissões específicas exatamente para tratar dos assuntos específicos e os ministros são convocados para os temas afins das comissões e não com uma manobra, um golpezinho. De repente, chamo as pessoas para participar de uma sabatina e, lá no meio da sabatina, percebo que não tem ninguém do governo, retiro da manga um requerimento e ponho em votação, só para dar um golpezinho novo, que aliás não foi nem novo; foi repetição de um golpe que ele [Marconi Perillo] já havia adotado na semana anterior - protestou a senadora.

Ideli lembrou que Dilma já confirmou presença na Comissão de Serviços de Infra-Estrutura, no dia 30, para falar sobre o PAC. Ela lembrou que o Regimento Interno não obriga a ministra a falar sobre outros assuntos que não sejam afetos à CI, mas observou que, caso a ministra se sinta disposta, poderá responder a qualquer pergunta sobre qualquer assunto, sendo esta uma prerrogativa sua. A senadora recordou que a ministra havia dito estar plenamente à vontade para responder perguntas sobre qualquer assunto, mas deveria falar sobre o PAC por ser esta a sua tarefa central. Mas, na avaliação da senadora, isso não interessa à oposição.

- A oposição está louquinha para empacar a Dilma, empacar o Lula, empacar o governo. O que eles querem mesmo é que o país não funcione para ver se, de repente, sobra alguma chance deles voltarem em 2010. E nós temos a obrigação de fazer com que as coisas andem - afirmou.

Para a senadora, talvez a oposição precise de mais pesquisas apontando o crescimento das intenções de voto na ministra Dilma Roussef para a Presidência da República para mudar sua atitude. Ela responsabilizou a oposição por fazer de uma eficiente gerente do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), uma efetiva candidata para 2010.

- Foram eles que acabaram provocando isso, com esta ansiedade que eles têm de derrotar toda e qualquer pessoa que se apresente como um provável sucessor do presidente Lula - afirmou.



22/04/2008

Agência Senado


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