Ideli rebate críticas ao governo



A senadora Ideli Salvatti (PT-SC) rebateu nesta segunda-feira (10) críticas de parlamentares do PFL ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Para ela, cobranças de quem já foi governo precisam ser diferentes e no Brasil não pode haver lugar para uma oposição fácil, pedindo providências urgentes e resultados mais ainda, como se nada tivesse a ver com a situação caótica de vários setores da economia brasileira.

- Parlamentares como o senador Jorge Bornhausen e o deputado José Carlos Aleluia não podem criticar as dificuldades por que passa o setor elétrico quando o PFL ficou à frente do Ministério de Minas e Energia por tantos anos. O presidente Fernando Henrique deve muitas explicações ao povo brasileiro e o PFL também - observou.

Ideli afirmou que o setor elétrico é um ótimo exemplo da irresponsabilidade e improvisação do governo anterior, que a seu ver sucateou o setor, levando a uma situação de contratos quase inexeqüíveis entre governo e concessionárias, termelétricas que são verdadeiros -micos-, tarifas altíssimas para o consumidor e reajustes atrelados ao dólar.

Para ela, essa -privatização apressada e desastrosa-, que entregou o setor elétrico a empresas estrangeiras instaladas em paraísos fiscais e sem lastro patrimonial, está prestes a explodir. Trata-se do caso da AES Elpa, empresa norte-americana que ameaça dar o calote no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), órgão que financiou a compra da Eletropaulo pela AES em condições muito favoráveis.

- Se o BNDES apenas cumprir os contratos terá que executar as garantias e -federalizar- a Eletropaulo. Como as ações da AES estão muito desvalorizadas, o banco terá um grande prejuízo - alertou.

A senadora por Santa Catarina ironizou declarações do ex-ministro das Comunicações e ex-presidente do BNDES, Luís Carlos Mendonça de Barros, propondo a reestatização do setor elétrico. Ela lembrou que, no governo anterior, ele sempre foi um dos maiores defensores das privatizações.

Ideli Salvatti afirmou ainda que a reformulação do setor elétrico dará muito trabalho ao governo Lula e admitiu que os resultados não virão a curto prazo, pois inclui renegociação de contratos e vários outros aspectos a serem levados em consideração.



10/03/2003

Agência Senado


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