Ideli sugere ligação de "grampos" no TSE com escuta feita em 2002



A senadora Ideli Salvatti (SC), líder do PT, sugeriu nesta terça-feira (26) que os "grampos" colocados em telefones de ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) teriam ligação com escutas que teriam sido feitas em 2002, denunciadas pelo presidente do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC).

O elo entre os dois episódios, segundo a senadora, seria a empresa Fence Consultoria Empresarial Ltda, contratada pelo TSE para fazer varreduras nas linhas telefônicas e que acusou a existência de "grampos".

Ideli leu matéria do jornal Correio Braziliense, de 12 de abril de 2002, em que Bornhausen afirmava ter descoberto que seus telefones e de sua família teriam sido "grampeados" e suspeitava que a responsável pelo serviço era a empresa Fence, que tinha contrato de R$ 1,8 milhão com o Ministério da Saúde para fazer varreduras de "grampos". Na época, o ministro da Saúde era José Serra.

Citando reportagem do jornal O Globo, a senadora assinalou que, em laudo preliminar, o Instituto de Criminalística não encontrou indícios de escutas clandestinas nos telefones do TSE e que a Polícia Federal deve concluir nesta quarta-feira (27) o inquérito sobre o caso.

Ideli criticou o comportamento do presidente do TSE, ministro Marco Aurélio de Mello, lendo entrevista do jurista e professor de Direito da Universidade de São Paulo (USP) Dalmo Dallari. Na entrevista, o jurista contesta a "postura política" de Mello e o "abandono da prudência, que deve ser a marca fundamental de um juiz".

- Quem comanda o processo eleitoral precisa ter total imparcialidade, total tranqüilidade - afirmou a senadora.

Apartes

O senador José Jorge (PFL-PE), lembrou, em aparte, que ninguém havia acusado o PT de ter colocado os grampos nas linhas telefônicas do TSE e que Ideli se defendia de algo que não lhe foi atribuído. José Jorge lembrou também que o ex-sindicalista Wagner Cinchetto confessou ter participado, em 2002, de um grupo do PT criado para preparar material contra adversários de Lula.

- O grupo foi criado secretamente dentro do PT sob o comando do presidente Lula para fazer jogo sujo - afirmou.

Já o senador Heráclito Fortes (PFL-PI) disse que a senadora Ideli deveria falar sobre o churrasqueiro Jorge Lorenzetti, "o novo bisbilhoteiro nacional", e não sobre suspeitas de quatro anos atrás.

- A senadora deveria esclarecer o envolvimento do seu conterrâneo [Lorenzetti] com a Superintendência do INSS [Instituto Nacional do Seguro Social] em Santa Catarina e com a presidência do Banco do Estado de Santa Catarina - ressaltou.

26/09/2006

Agência Senado


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