Professor da UFRJ sugere tecnologia maglev para possibilitar ligação rápida de trens entre Rio e São Paulo



Em audiência pública na Comissão de Serviços de Infra-Estrutura (CI) nesta terça-feira (18), o professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Richard Stephan afirmou que a tecnologia da levitação magnética é a única que permitirá ao Brasil instalar trens de alta velocidade entre o Rio de Janeiro e São Paulo até 2014. O debate foi proposto pelo senador Valdir Raupp (PMDB-RO).

Richard Stephan faz parte de um grupo de acadêmicos da UFRJ que há dez anos estuda os trens de levitação magnética. Ele explicou que os trens de rodas sobre trilhos exigiriam a construção de 100 quilômetros de túneis, pontes e viadutos, segundo informações do diretor de Política Nacional do Ministério dos Transportes,Afonso Carneiro Filho. Não há ainda decisão do governo sobre qual tecnologia deverá ser adotada.

Richard Stephan, que falou como representante daTransrapid Internacional, explicou as vantagens da adoção da tecnologia maglev - levitação magnética. Uma das vantagens é que o maglev não usa combustíveis fósseis. Esse tipo de trem flutua sobre um trilho usando os princípios básicos dos ímãs em substituição às rodas. Além da vantagem ambiental, essa tecnologia apresenta vantagens em relação à segurança.

Outra vantagem, segundo Stephan, é que, como não há motores nos trilhos, os vagões são leves, o que exige menos tempo para frear e para arrancar. Isso permitiria que a linha entre Rio de Janeiro e São Paulo pudesse ser construída com estações nas principais cidades do percurso, permitindo, ainda assim, que fosse mantida a alta velocidade do trem.

Esses trens, que poderiam ter uma velocidade de mais de 400 quilômetros por hora, fariam com que se gastasse cerca de uma hora e 30 minutos para chegar ao centro de São Paulo, saindo do centro do Rio de Janeiro.

Ao responder a perguntas feitas pelos senadores Valdir Raupp e Flexa Ribeiro (PSDB-PA), Stephan afirmou que os trens de levitação magnética poderiam ser instalados no Brasil com 75% de tecnologia brasileira. Segundo ele, os vagões poderiam ser construídos pela Empresa Brasileira de Aeronáutica S.A. (Embraer). Além disso, explicou que as obras de engenharia civil necessárias são mais simples de serem executadas do que as exigidas pelos trens de roda e trilho, pois não exigiriam que fossem construídos túneis e viadutos.

Atualmente, além da Alemanha, somente a China possui um maglev em operação comercial. O trem de levitação magnética chinês foi instalado numa associação da empresa alemã Transrapid International com uma estatal chinesa e opera desde 2003 em Xangai, ligando o centro da cidade ao aeroporto de Pudong, localizado a cerca de 30 km de distância. A China iniciou em 2006 uma extensão dessa linha, que terá 160 Km e ligará Xangai à cidade Hangzhou. Tal linha deverá estar pronta por volta de 2010.



18/12/2007

Agência Senado


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