IKAL FEZ PAGAMENTOS A CORRETORA INVESTIGADA PELA CPI DOS PRECATÓRIOS



A análise dos cheques emitidos pela construtora Ikal apontou uma série de pagamentos feitos, segundo afirmou nesta terça-feira (dia 29) o relator da CPI do Judiciário, senador Paulo Souto (PFL-BA), a empresas "que não tem nada a ver com a obra do TRT" de São Paulo. A CPI detectou, por exemplo, 74 depósitos feitos pela empresa de Fábio Monteiro de Barros Filho à corretora Split, investigada pela CPI dos Precatórios.O depoente informou à CPI que não tinha relação direta com a Split e que os pagamentos eram feitos sob orientação do advogado Pedro Rodovalho Marcondes Chaves, procurador da empresa International Real Estate Investment Company, que fazia parte da carteira de aplicações do grupo Monteiro de Barros. Auditoria da Receita Federal mostrou que os recibos dos cheques foram emitidos pelo advogado supostamente para investimento no exterior.Além de cheques pagos à International, Souto listou ainda outras pessoas físicas e jurídicas, como uma indústria têxtil, a corretora Araucária, Incorporadora Moradia, Guarujá Veículos, sem qualquer relação com aplicações estrangeiras e que receberam somas vultosas das empresas do grupo do depoente. - A explicação para isso é difícil. O senhor não me parece um homem crédulo para fazer operações desse tipo. Essa é uma forma heterodoxa de se retirar recursos da empresa. Não me convenceu, absolutamente - comentou Souto.A mesma empresa representada por Rodovalho realizou uma operação de R$ 1 milhão para o ex-juiz Nicolau dos Santos Neto, o que foi classificado pelo relator como "mais uma coincidência". Souto também pediu explicações sobre um depósito de R$ 10 milhões para uma das empresas do grupo. Monteiro de Barros disse que se tratava de um contrato de gestão e que a empresa era uma fornecedora da Ikal, "como tantas outras".

29/06/1999

Agência Senado


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