Imagens do grupo do dossiê no Hotel Ibis devem chegar à CPI nesta sexta-feira



O secretário-executivo da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dos Sanguessugas, Augusto Panisset, foi a Cuiabá na quinta-feira (7) receber da Polícia Federal os 36 CDs com as imagens das câmeras do Hotel Ibis, em São Paulo, no qual foram presos na madrugada de 15 de setembro, com R$ 1,75 milhão, Gedimar Pereira e Valdebran Padilha. Eles integravam o grupo ligado à campanha de reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva que negociava a compra de um dossiê destinado a comprometer políticos do PSDB.

As imagens mostram a movimentação de Gedimar e Valdebran no hotel, que fica próximo ao aeroporto de Congonhas, enquanto aguardavam a chegada de Paulo Trevisan, tio de Luiz Antonio Vedoin, sócio-proprietário da Planam, a empresa líder da chamada "máfia da ambulâncias". Trevisan estava embarcando em Cuiabá para São Paulo quando foi preso na noite do dia 14. Em seu poder, a PF encontrou uma fita de vídeo VHS, um disco de DVD, papéis e seis fotos que mostravam o então candidato ao governo de São Paulo José Serra, à época em que era ministro da Saúde, durante solenidades de entregas de ambulâncias. Também aparecia nas imagens o candidato a presidente Geraldo Alckmin, ex-governador de São Paulo.

De acordo com o deputado Fernando Gabeira (PV-RJ), sub-relator da CPI, as imagens devem chegar a Brasília nesta sexta-feira (8), permitindo o exame detalhado dos movimentos de Gedimar e Valdebran, especialmente nas duas ocasiões em que o primeiro recebeu malas e sacolas (com o dinheiro) entregues pelo assessor de imprensa da campanha do senador Aloizio Mercadante (PT) ao governo de São Paulo, Hamilton Lacerda.

Em audiência reservada realizada na quarta-feira (6), o delegado responsável pelo caso do dossiê, Diógenes Curado, disse aos membros da CPI que não há dúvida: Lacerda foi o portador dos R$ 1,75 milhão, embora o ex-assessor de Mercadante tenha dito à PF e à CPI que o conteúdo das malas e sacolas eram guias de recolhimento de fundos para a campanha de Lula, material de propaganda eleitoral, roupas e um lap-top.

- Com a decisão do Tribunal Superior Eleitoral de liberar as informações do inquérito para o PSDB e o PFL, esse material não é mais sigiloso, podendo ser mostrado à imprensa - disse Gabeira.

Ele e os deputados Carlos Sampaio (PSDB-SP) e Raul Jungman (PPS-PE) têm procurado estabelecer relações entre as imagens colhidas pelo sistema de segurança do Ibis e as ligações telefônicas feitas entre os membros do grupo apelidado pelo próprio Lula de "aloprados". Uma das teses deles é de que a entrega do dinheiro foi acompanhada de troca de telefonemas entre os diversos membros do grupo, comandado pelo chefe do setor de Mídia e Risco da campanha de Lula, Jorge Lorenzetti, e do qual também faziam parte Oswaldo Bargas e Expedito Veloso.

Na CPI, todos eles se negaram a falar sobre o mapeamento dos telefonemas feito pela PF, alegando que tocar no assunto poderia comprometê-los. Além disso, negaram que estavam comprando um dossiê, mas apenas recebendo informações em troca de "apoio jurídico" a Luiz Antonio Vedoin. Entretanto, a PF registra em seu inquérito as ligações feitas de dentro do hotel nos mesmos horários em que as câmeras mostram Gedimar, Valdebran e Lacerda dando telefonemas.

Relatório Final

O presidente da CPI dos Sanguessugas, deputado Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ), vai marcar a apresentação do relatório final para a próxima semana, apesar do esforço de alguns parlamentares no sentido de prorrogar os trabalhos da comissão até janeiro, segundo o noticiário da Agência Câmara.

De acordo com a matéria, o relator da CPI, senador Amir Lando (PMDB-RO), deve apresentar o relatório entre quarta (13) e sexta-feira (15). A comissão teria até o dia 19, prazo final dos trabalhos, para votá-lo. Tanto Biscaia como Lando temem que uma prorrogação até janeiro impossibilite a votação do relatório devido ao baixo quórum no período de recesso. Gabeira disse que já foram conseguidas pouco mais de cem das 171 assinaturas de deputados necessárias à prorrogação. No Senado, já foi obtido o número mínimo de 27 assinaturas.

07/12/2006

Agência Senado


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