Índios fazem manifestação no Plenário do Senado em defesa do Cerrado
O ato faz parte das programações do “Grito do Cerrado”, coordenado pela Rede Cerrado, entidade que reúne 72 organizações não-governamentais. Os índios pretendem, segundo a coordenação do movimento, sensibilizar os parlamentares para a aprovação de projetos que transformam o cerrado em patrimônio nacional.
A “corrida de tora” teve início diante da Catedral de Brasília. Na entrada do Congresso, em frente à rampa, os índios realizaram uma dança com as toras do Buriti, repetindo ritual das tribos que vieram à Brasília para diversas atividades programadas para esta quinta e sexta-feira (10). No sábado (11), comemora-se o Dia Nacional do Cerrado.
Suassuna prontificou-se a receber os índios e concordou em trazê-los até o Plenário do Senado. Solicitou, entretanto, por segurança, que as toras de Buriti ficassem na porta de entrada da Casa. Alegando que não podiam se separar da madeira, os índios insistiram e levaram as toras até o Plenário, depositando-as em frente à mesa da Presidência, como símbolo da luta pela preservação do bioma, sob os gritos de “Cerrado Vivo” dos demais manifestantes.
Ao lado dos índios, em frente à mesa da Presidência, Suassuna ressaltou que “as causas, para serem vitoriosas, não podem ser levadas na ponta da faca” e destacou ser necessário preservar os cerrados. O índio Hiparidi Top Tiro pronunciou-se também, defendendo a questão indígena e a defesa do cerrado como uma causa única, e outro representante do movimento, Alberto Hapyhi, fez um apelo para a conservação “do pouco do Cerrado que resta”.
- O Cerrado é uma área muito fragilizada. Então, os índios têm razão de estar lutando. Eles estão lutando por uma causa deles. Logo, é uma causa justa. Por isso, assumi a responsabilidade de trazê-los até aqui. O Cerrado é provavelmente o segundo maior bioma do Brasil e precisa ser preservado. Eles têm razão – afirmou, em seguida, Suassuna.
Para o senador, a elevação do Cerrado à categoria de patrimônio nacional, juntamente com outros biomas, como já consta da Constituição, é o ideal. A sugestão está incluída em propostas de emenda à Constituição (PEC) em tramitação no Senado e na Câmara dos Deputados.
09/09/2004
Agência Senado
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