Inspetor do BC que analisou caso Banpará deve depor nesta quarta



O inspetor do Banco Central Abraão Patruni Júnior poderá ser ouvido nesta quarta-feira (dia 22) pelos membros da comissão especial do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar que investiga denúncias de irregularidades envolvendo o presidente licenciado do Senado, Jader Barbalho (PMDB-PA). A informação foi dada pelo coordenador dos trabalhos da comissão, senador Romeu Tuma (PFL-SP), que já conversou com o senador Jefferson Péres (PDT-AM) - outro integrante da comissão - sobre a necessidade do depoimento. A data e o horário da audiência pública com Patruni Júnior serão definitivamente acertados depois dos depoimentos do ex-presidente do BC Francisco Gros e do procurador-geral da instituição, José Coêlho Ferreira, que acontecem ainda na tarde desta terça-feira (dia 21).

O depoimento de Patruni é importante, conforme os senadores da comissão, porque ele foi o autor de um relatório preliminar sobre o caso de desvio de recursos no Banco do Estado do Pará (Banpará) em que há suspeitas da participação de Jader. José Coêlho emitiu outro parecer, isentando Jader de culpa no caso e Francisco Gros supervisionava essas apurações. Existe ainda, lembrou Tuma, outro relatório, este elaborado pela 5ª Câmara do Ministério Público com a participação de técnicos do BC, em que Jader é apontado como beneficiário do esquema Banpará.

DEPOIMENTO DE JADER

Tuma afirmou que não vê, até o momento, necessidade de o senador Jader Barbalho depor na comissão do Conselho de Ética. Para o parlamentar paulista, os três pronunciamentos do senador em Plenário, em que o mesmo negou haver participado de qualquer caso de desvio de dinheiro público, são suficientes para os trabalhos da comissão. Esses discursos, explicou o coordenador, poderão ser contrastados com os dados encontrados pelos técnicos que analisam a documentação do Banco Central sobre o caso Banpará.

Romeu Tuma lembrou que todas as decisões sobre as atividades da comissão estão sendo tomadas em conjunto e não apenas por ele. Disse ainda que Jader Barbalho terá amplo direito de defesa caso seja aberto inquérito contra ele.

21/08/2001

Agência Senado


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