INVESTIMENTOS SOCIAIS TERÃO MAIS DA METADE DO ORÇAMENTO DE 2001



Os investimentos sociais consumirão mais da metade dos recursos do Orçamento da União para 2001. Programas como os de saúde de família, bolsa criança-cidadã e saneamento básico contarão com R$ 42,3 bilhões no próximo ano - equivalentes a 54,1% dos gastos totais do governo e quase R$ 10 bilhões a mais do que neste ano.
Pouco menos da metade desses recursos - 42,5% do total - serão encaminhados à área de saúde, beneficiada pela aprovação de uma emenda constitucional que garante a aplicação no setor de recursos mínimos e crescentes do orçamento, a cada ano. A proposta orçamentária marca a opção do Executivo pelo fortalecimento do programa Saúde da Família, para o qual serão destinados R$ 2,8 bilhões.
O segundo setor mais beneficiado pelo projeto orçamentário é o da educação. Serão R$ 7,4 bilhões, dos quais mais da metade - R$ 3,9 bilhões - para o programa Toda Criança na Escola. Um dos principais pilares desse programa, por meio do qual o governo pretende universalizar o atendimento do ensino fundamental, é a participação federal em iniciativas municipais voltadas a garantir a presença de crianças na escola por meio do pagamento de um subsídio a suas famílias.
A proteção ao trabalhador desempregado, segundo a proposta orçamentária, deverá contar com R$ 4,6 bilhões. Os recursos serão destinados ao pagamento de seguro-desemprego e à concessão de bolsas para o aperfeiçoamento de trabalhadores. O programa de qualificação profissional, que deverá beneficiar 2,9 milhões de pessoas, contará com recursos de R$ 497 milhões em 2001.
Dentro da área social, as dotações para saneamento e habitação são as que apresentam maior crescimento em relação a 2000. Enquanto estão previstos para este ano R$ 457 milhões, para 2001 os recursos deverão alcançar a marca de R$ 1,6 bilhão. Desse total, porém, R$ 1 bilhão seriam provenientes do Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza, previsto em emenda constitucional do senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) que ainda tramita na Câmara dos Deputados. As verbas só serão confirmadas após a aprovação final da proposta pelo Congresso Nacional.
Ao estabelecer as alocações de verbas sociais para cada região do país, o governo utilizou, como critério de referência, o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), elaborado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e aceito internacionalmente como indicador da situação social das populações analisadas.
Com base nos dados do PNUD, foram estabelecidos os planos de apoio aos estados com menor desenvolvimento humano e de infra-estrutura social básica para microrregioões carentes - este voltado a aliviar os problemas enfrentados pelos chamados "bolsões de pobreza". O plano de apoio aos estados mais pobres deverá contar com R$ 4,1 bilhões em 2001. As duas principais dotações desse plano são as que dedicam R$ 1,1 bilhão para saneamento básico e redução da mortalidade infantil e R$ 1 bilhão para iniciativas de garantia de renda mínima.

22/09/2000

Agência Senado


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