Iris alerta para a proliferação das universidades privadas



A proliferação das universidades privadas no país levou o senador Iris Rezende (PMDB-GO) a fazer um pronunciamento em plenário nesta terça-feira (dia 8), cobrando do governo federal um maior número de vagas nas universidades públicas. Segundo dados do Ministério da Educação citados pelo senador, o Brasil conta com uma população universitária de aproximadamente 2,3 milhões de estudantes, dos quais apenas 832 mil estão em instituições públicas, enquanto as particulares acolhem 1,5 milhão de universitários.

- O ensino pago é uma realidade crua que tomou conta do país e que cresce de maneira vertiginosa, trazendo lucros fabulosos para os empresários da educação que expandem os negócios às custas do suor de muitos jovens trabalhadores - destacou o senador.

Para solucionar esse problema, de acordo com Iris, é necessário que a União adote mecanismos para aumentar a oferta de vagas nas instituições públicas. Outra providência importante, acrescentou, é a aprovação, pelo Congresso Nacional, de um sistema de cotas nas universidades federais com a finalidade de atender aos estudantes carentes.

Iris Rezende apontou a necessidade de avaliação das deficiências do Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (Fies) que, segundo disse, vem funcionando como um empréstimo, com toda a "carga de conseqüências dramáticas para o devedor". O senador afirmou que o acesso ao Fies é difícil, pois o estudante candidato ao financiamento precisa passar por uma rigorosa seleção, apresentar avalista e uma extensa lista de documentos. De um total de aproximadamente 1,5 milhão de universitários matriculados nas escolas pagas, apenas 102 mil são financiados pelo Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior, informou Iris.

Segundo o senador, a privatização do ensino superior caminha a passos largos e só fará acentuar a exclusão e a injustiça, impedindo a mobilidade social e levando milhares de jovens a sacrifícios extremos para dar prosseguimento aos estudos.

- O país não pode continuar destinando o grosso de seus recursos para quitar os financiamentos da dívida pública quando existem setores vitais carentes por investimentos. Priorizar a educação agora é construir ao mesmo tempo o Brasil grandioso e próspero que sonhamos - concluiu o senador.

08/05/2001

Agência Senado


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