Iris apela a FHC para atender reivindicação dos servidores das universidades federais
- Não é uma greve política ou partidária. Não foi deflagrada para atacar o governo federal, mas sim para corrigir inúmeras distorções que fragilizam e corroem a base do ensino superior no país, trazendo prejuízos ao conjunto da comunidade universidade - disse.
Iris Rezende disse estar convicto de que a greve não tem radicalismo ou sectarismo mas que os professores apostam no diálogo para resolver o impasse. O parlamentar se reuniu com o movimento grevista de Goiás na última segunda-feira (dia 8) para discutir soluções e sugestões para o fim do problema.
Na avaliação do senador, a pauta de reivindicações contempla uma nova conduta para o ensino público universitário, como a valorização do corpo docente. "Professores e servidores da administração em educação não têm mais condições de exercer atividades com os níveis salariais em vigor", afirmou, lembrando que os funcionários públicos não recebem reajuste salarial há sete anos.
O senador salientou que a greve dos professores e servidores da administração das universidades púbicas federais completa hoje 48 dias e que, no seu entendimento, o movimento tem o propósito de defender o ensino gratuito e de qualidade. Os grevistas, acrescentou, fazem a defesa veemente da universidade brasileira como instrumento para vencer a dependência de criar canais efetivos que garantam a modernização e também o desenvolvimento auto-sustentável do país.
- As perdas já chegam a mais de 75%, enquanto isso, o governo admitiu apenas reajuste de 3,5%. Melhor seria não ter feito a proposta, porque acendeu o pavio da revolta - destacou o parlamentar.
Em aparte, o líder do governo, senador Artur da Távola (PSDB-RJ), disse discordar do entendimento de que o ministro Paulo Renato e o presidente da República não resolvem o problema porque não querem. "Talvez não se faça por não ser possível", argumentou. O senador lembrou que as negociações não avançaram por conta dos próprios grevistas, que ficaram de dar resposta à proposta do governo. Em vez disso, assinalou, o movimento radicalizou com a paralisação dos hospitais e inaugurou a prática de interromper os serviços de urgência e de emergência. "A Saúde e a Educação nunca tiveram tantos recursos como nos últimos seis anos. Somadas as duas áreas, foram R$ 60 bilhões por ano", acrescentou.
Mas para o senador Antônio Carlos Valadares (PSB-SE) a greve só ocorre, devido à falta de política do governo para o funcionalismo - a categoria não tem aumento salarial desde 1995. "A conclusão a que chegaremos é que o governo está tomando do servidor para pagar a dívida externa", afirmou.
O senador Ricardo Santos (PSDB-ES), que é o presidente da Comissão de Educação (CE), disse que a subcomissão criada para ajudar nas negociações procurará, junto ao ministro da Educação e ao comando de greve, uma solução que esteja dentro dos limites do Orçamento da União. Também defensora do trabalho da subcomissão a senadora Marluce Pinto (PMDB-RR) lembrou que a Comissão de Orçamento já estuda formas de viabilizar recursos para o aumento dos servidores públicos.
Os senadores Casildo Maldaner (PMDB-SC) e Lindberg Cury (PFL-DF) defenderam o diálogo como única saída para o impasse. "É sempre melhor duas horas de diálogo do que cinco minutos de tiroteio", disse o senador de Santa Catarina. Lindberg disse que a intolerância e o interesse, de ambas as partes envolvidas na greve dos professores universitários, parecem estar prevalecendo sobre o diálogo.
10/10/2001
Agência Senado
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