Íris de Araújo diz que é preciso "dar uma chance" às reformas previdenciária e tributária



Apesar de reconhecer a impopularidade das mudanças propostas pelo governo federal nas áreas previdenciária e tributária, a senadora Íris de Araújo (PMDB-GO) disse em Plenário, nesta terça-feira (13), que -é preciso dar uma chance às reformas-. No seu ponto de vista, -os procedimentos que chegam à análise do Congresso só podem mesmo ser encarados como o último e imprescindível recurso para debelar o monstro da insolvência financeira-.

Íris de Araújo disse que, com seu discurso, tinha a intenção de motivar os demais senadores a terem a coragem de assumir a responsabilidade de apoiar medidas que, a despeito de contrariar interesses pontuais, podem mudar a vida de milhões de brasileiros. Conforme observou, quase metade da população (75 milhões de pessoas) encontra-se excluída das condições mínimas e indispensáveis ao seu bem-estar e ao exercício pleno de sua cidadania.

- Os dados objetivos a respeito dos sistemas previdenciário e tributário do país apontam para a perspectiva de quebradeira e do caos caso não sejam tomadas medidas realmente rígidas e absolutamente necessárias - afirmou.

A senadora por Goiás afirmou que o que está em jogo -não é uma reforma fria e burocrática, mas a primeira oportunidade real de modificar a rota dos acontecimentos e fazer a coisa certa mesmo que por caminhos tortuosos-.

Em aparte, o senador Mão Santa (PMDB-PI) invocou Maquiavel para lembrar que reformas são difíceis de serem executadas por retirar privilégios e vantagens de alguns. Mas disse acreditar que as reformas deverão acontecer porque o presidente Luiz Inácio Lula da Silva estaria se conduzindo pela máxima do escritor Antoine Saint-Exupéry que, no livro O Pequeno Príncipe, diz -és eternamente responsável por aquilo que cativas-.

- E ele (Lula) cativou o povo brasileiro pela maneira afável e sincera com que governa - assinalou Mão Santa.

O Almeida Lima (PDT-SE) disse acreditar que se as propostas de reforma enviadas pelo Executivo devem sofrer mudanças no Congresso. O parlamentar considerou -impossível, impensável e inadmissível- levar adiante propostas que pregam a solução do déficit da Previdência com a taxação de inativos e que sacrificam as Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste na repartição da arrecadação tributária federal.



13/05/2003

Agência Senado


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