Iris de Araújo diz que tensão social "já entrou no radar dos investidores"



A senadora Iris de Araújo (PMDB-GO) disse que o Brasil pode estar diante -da gestação de uma crise social, econômica e institucional sem precedentes na história- republicana. Ela pediu responsabilidade dos agentes públicos para contornar a onda de invasões, greves e violência que o país enfrenta.

- A tensão social já entrou na tela do radar dos investidores e analistas internacionais. No primeiro semestre, o investimento estrangeiro direto despencou 63,68%. A General Motors, instalada há 80 anos no país, tem em 2003 o pior desempenho da história e já fala em abandonar o Brasil - ponderou.

Iris de Araújo disse ainda que com solidariedade, patriotismo e cooperação, a sociedade poderá encontrar os caminhos pacíficos para a reforma agrária e as reformas da Previdência e tributária, ao mesmo tempo em que reduzirá -a fome e a miséria que vitimam 45% da população brasileira-. O confronto e o acirramento das tensões, alertou a senadora, podem levar a resultados exatamente opostos aos pretendidos pelos sem-terra, pelos sem-teto e pelos funcionários públicos.

A senadora de Goiás identifica a péssima redistribuição de riquezas como a fonte maior dos problemas do país, lembrando que os 10% mais ricos ficam com 46% da renda total no Brasil. O resultado é que existem no país 75 milhões de miseráveis e pobres em uma população de 170 milhões de habitantes.

- Não podemos mais conviver com tamanha injustiça - assinalou.

Por isso, ela recomendou solidariedade para com a parcela mais sofrida da população e pediu que os responsáveis pelo país adotem programas efetivos para redução das desigualdades.

Iris de Araújo lembrou que, há pouco mais de oito anos, o então governador de Goiás, Maguito Vilela, adotou um programa de atendimento às crianças pobres, com o fornecimento diário de pão e leite. Cerca de 90 mil crianças chegaram a ser atendidas, sendo que 19 mil delas retornaram às salas de aula. Paralelamente, o programa criou 4 mil novos empregos.

- É a esse tipo de solidariedade a que me refiro. É com ele que reduziremos as tensões sociais - disse.



30/07/2003

Agência Senado


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