Iris diz ter orgulho de sua vida pública



Ao refutar as acusações formuladas nos noticiários da televisão, Iris Rezende (PMDB-GO) afirmou ter orgulho de sua vida pública. Lembrou que, em 41 anos de sua carreira política, foi por duas vezes presidente da Câmara de Vereadores de Goiânia, presidente da Assembléia Legislativa do Estado de Goiás e prefeito de Goiânia por três anos nove meses, até ser cassado. Depois, foi governador de Goiás por três anos e ministro da Agricultura por mais quatro anos. Foi governador de novo por três anos e seis meses, quando se desincompatibilizou do cargo para se candidatar a senador.

- Poderia, sem nenhum mal, ser detentor de canais de comunicação no meu estado. Mas não tenho uma rádio sequer. Não quero condenar o político que cria uma estrutura de comunicação em seu estado, mas nem isso eu tive coragem. Nem isso eu quis. Nunca um parente meu tirou um centavo no BEG (Banco do Estado de Goiás). Nunca um secretário meu teve um empréstimo - desabafou o senador, salientando que a maior parte da renda de sua família vem da extração mineral.

O representante de Goiás no Senado disse que ninguém será capaz de apontar um ato seu que tenha dado qualquer proveito, direta ou indiretamente, a ele ou a sua família. Seus inimigos, acrescentou o senador, não têm sequer condição moral de usar seu nome. Iris afirmou que seus inimigos sabem que podem encontrar no país um político digno como ele, mas nunca mais do que ele, que sempre foi "um homem extremamente exigente na administração pública".

Iris afirmou que, durante a campanha, "chegaram ao cúmulo" de dizer que ele utilizara o nome de seu pai para ocultar suas rendas. Sua resposta, informou, foi pegar todas as declarações de renda dele e de seu falecido pai e levá-las ao procurador-geral de Justiça no estado. Também entregou uma autorização para a quebra de seu sigilo bancário. O senador desculpou-se com seus pares por trazer ao Senado "uma questão de província", dizendo que falava pelo que seus opositores têm feito em seu estado. O parlamentar afirmou que ele seria o maior hipócrita do mundo se um dia praticasse uma prevaricação qualquer.

- Vou procurar o Bóris, conversar com ele humildemente, para mostrar o que é a minha vida. É absolutamente inexplicável o que eles têm procurado fazer - lamentou.

Apartes

Na presidência da sessão, o senador Edison Lobão (PFL-MA) desceu ao plenário para fazer um aparte. Segundo Lobão, Iris "está sendo vítima da hereditariedade do ódio, que se transferiu ao DNA". Lobão afirmou que Bóris Casoy, editor do Jornal da Record, e Evandro Carlos de Andrade, jornalista responsável pelo Jornal Nacional, foram igualmente vítimas das acusações dos adversários políticos de Iris.

Já o senador Carlos Wilson (PPS-PE) disse reconhecer em Iris uma das figuras públicas mais sérias que o país pode ter. A senadora Marluce Pinto (PMDB-RR) manifestou o seu orgulho por ser companheira de partido de alguém como Iris. Para ela, muitos companheiros de partido vêm o ex-governador de Goiás como um ídolo.

O senador Nabor Júnior (PMDB-AC) destacou o convívio de 20 anos com o Iris. Lembrou que participaram juntos da campanha das diretas e do "monumental comício" que Iris realizou em Goiânia. Nabor manifestou sua solidariedade e a "convicção de que a história e o Poder Judiciário de Goiás farão justiça" a Iris.

16/03/2001

Agência Senado


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