Iris quer investimentos na área social para deter crime organizado



Indignada com um assalto ocorrido no último domingo (25) num parque de diversões no centro de Goiânia, a senadora Iris de Araújo (PMDB-GO) sugeriu nesta quarta-feira (28) que o Brasil siga o exemplo da Colômbia no enfrentamento ao o crime organizado. Segundo ela, aquele país investiu cerca de US$ 10 bilhões (ou o equivalente a 8,3% do seu PIB) em infra-estrutura e programas sociais.

- O percentual, aplicado ao Brasil, resultaria em US$ 63 bilhões, mais de quatro vezes o investimento direto de 2005. Seria um passo inicial, mas decisivo na direção de medidas que ataquem causas e não só conseqüências da violência. Não tenho dúvida. Educação, emprego, um fundo para amparar os desempregados e uma ampla rede social para os mais pobres seriam as ações decisivas pata livrar o país da criminalidade - afirmou.

A senadora citou o professor de sociologia da Universidade da Califórnia em Berkeley e do Centro de Sociologia Européia em Paris, Löic Wacquant, considerado um dos maiores especialistas mundiais no estudo da violência e autor de pesquisa realizada no Brasil sobre desigualdades sociais e os sistemas carcerário e judicial.

- Falando ao jornal Folha de S. Paulo, ele afirma que o crime organizado somente será dominado quando as elites políticas e o governo contra-atacarem no campo social e não apenas no criminal - disse.

O senador Magno Malta (PL-ES) lembrou que após a CPI do Narcotráfico, há seis anos, encaminhou relatório reservado ao então governador Mário Covas alertando sobre a recém-nascida organização criminosa conhecida como Primeiro Comando da Capital (PCC) e o perigo representado pelo lançamento da modalidade "pré-pago" para telefones celulares.

- Foram propostas mais de 30 medidas. Nenhuma providência foi tomada até hoje. Agora, estamos pagando o preço. Mais três advogados que estavam a serviço do crime foram presos hoje. A autoridade virou o salvo-conduto do crime - afirmou.

O senador Romeu Tuma (PFL-SP) disse que o sistema penitenciário realimenta o crime e que não é possível deixar "passar em branco" o usuário de drogas em projeto de lei que trata do assunto. Ele também ressaltou a importância da consciência de que é preciso compartilhar responsabilidades no combate ao narcotráfico, tanto em nível interno como internacional.



28/06/2006

Agência Senado


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