Jader autoriza STF a processá-lo caso seja objeto de alguma denúncia



Em pronunciamento no plenário, o presidente do Senado, Jader Barbalho, anunciou nesta quarta-feira (dia 2) a apresentação de projeto de resolução para que a Casa autorize o Supremo Tribunal Federal a processá-lo, caso ele seja objeto de alguma denúncia do Ministério Público. Sustentando que não é alvo de uma só acusação, o senador desafiou os que o incluem em notícias de irregularidades, dizendo que "quem tiver denúncias que as apresente e que se responsabilize por elas".

Referindo-se a especulações da imprensa de que participa de um acordo para salvar o mandato do senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), a fim de não se tornar "a bola da vez", Jader disse que jamais aceitaria isso. Ele atribuiu as notícias a esse respeito a "uma campanha mesquinha e deliberada" para atingi-lo, e disse que não pode aceitar ser julgado por quem não tem autoridade para julgar.

Como senador, como presidente da Casa e como cidadão, o presidente do Senado chamou de "palhaçada" a tese de que, se Antonio Carlos deixar o Senado, ele terá que fazer o mesmo. Depois de assegurar que não há nada que o incrimine, Jader disse que não deseja ser julgado por quem não teve voto nem foi submetido à vontade das urnas.

Jader disse também que não pode aceitar denúncias feitas apenas no campo da especulação e que jamais são formalmente ajuizadas. E chamou de omissos e levianos os que fazem essas denúncias.

- Enquanto for presidente do Senado, o mandato é meu. Não vou ser substituído. Quem quiser votar como senador, eleja-se senador da República.

O senador ressaltou que aqueles que esperavam que ele aproveitasse a situação atual para ser algoz de Antonio Carlos se enganaram. Ele recomendou que cada senador assuma sua responsabilidade nesse episódio e vote de acordo com sua consciência. Também os aconselhou a não votarem pautados por quem quer seja, afirmando que, se assim o fizerem, não merecem estar no Senado.

Jader disse ainda que, na investigação em curso no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar do Senado, não deseja nada que não signifique um julgamento justo, correto e equilibrado dos senadores alvo das acusações - Antonio Carlos e José Roberto Arruda (sem partido-DF). Também pediu que o conselho decida estabelecendo o mais amplo direito de defesa e de exercício do contraditório por parte dos acusados.

O presidente do Senado pediu ao Plenário que aprove urgentemente a iniciativa legal por ele proposta, porque não deseja mais ser vítima de inverdades.

- Como vou me defender de um irresponsável que escreve que comprei um apartamento de cobertura em Belém por R$ 5.700, colocando-me em risco de ser escolhido o corretor de imóveis do ano? É a tentativa de avacalhar - argumentou ele.

Presidente recebe apartes de apoio



02/05/2001

Agência Senado


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