Jader ganha mais 5 dias de sobrevida



Jader ganha mais 5 dias de sobrevida Conselho de Ética adia votação do relatório que pede punição por quebra de decoro parlamentar. Opresidente licenciado do Senado, Jader Barbalho (PMDB-PA), denunciado ao Conselho de Ética por quebra do decoro parlamentar, cuja pena máxima é a cassação, ganhou cinco dias de sobrevida. Ontem, após a apresentação do relatório de uma comissão especial que investigou as acusações contra Jader, o presidente do Conselho de Ética, Geraldo Althoff (PFL-SC), decidiu concedeu cinco dias de prazo para o senador Nabor Júnior (PMDB-AC) analisar o documento. Anteriormente, Althoff havia dado apenas 24 horas de prazo ao pedido de vista do senador. O relatório, apresentado ontem, concluiu que o senador Jader Barbalho mentiu em relação aos desvios de recursos do Banpará, e pede ao Conselho a abertura de processo de quebra de decoro parlamentar. Os senadores de oposição, que integram o Conselho de Ética, concordaram com o aumento do prazo, por considerar que isso não vai interferir no processo. O documento final da comissão especial do Conselho conclui que Jader mentiu ao dizer que não tem qualquer vinculação com as aplicações realizadas com recursos desviados do Banpará. Os resíduos das aplicações financeiras, segundo o relatório, "não deixam margem à dúvida da participação e vinculação do senador Jader Barbalho na operação de desvio". O relatório aponta indício de improbidade administrativa por Jader ter retardado a tramitação do requerimento com pedido de informações ao Banco Central sobre as auditorias feitas no Banpará. Retorno fica mais difícil O Conselho de Ética aprovou ontem uma indicação que será encaminhada à Mesa Diretora do Senado sugerindo o estudo "de uma medida adequada" para impedir o retorno do senador Jader Barbalho à presidência da Casa, enquanto ele estiver sob investigação" A indicação foi aprovada por nove votos a favor e cinco contra. O resultado da votação pode antecipar como será a votação do relatório da comissão especial que pede a abertura de processo por quebra de decoro parlamentar contra Jader. Apenas os cinco senadores do PMDB foram contra o estudo. Jader anunciou que pretende retornar ao cargo na próxima terça-feira, um dia depois de terminada sua licença de 60 dias da presidência do Senado. O Conselho de Ética volta a se reunir hoje pela manhã para eleger em votação secreta o seu novo presidente. O senador Gilberto Mestrinho (PMDB-AM), ligado a Jader, renunciou, na semana passada, à presidência, alegando problemas de saúde. Como seu substituto, o PMDB indicou o senador Juvêncio da Fonseca (PMDB-MS). Mas a sua indicação para presidente está sendo contestada pela oposição e deve gerar muitas discussões na reunião de hoje. Sarney cotado para assumir A cinco dias do vencimento da licença do presidente do Congresso, senador Jader Barbalho, o Palácio do Planalto e as cúpulas do PFL, PSDB e PMDB deram início a uma negociação que pode levar o senador José Sarney (PMDB-AP) de volta à presidência do Congresso e do Senado. Sarney seria o nome de consenso, além de, na opinião dos negociadores, ter condição de tirar o Senado do lamaçal em que se encontra por causa das denúncias de supostos atos de corrupção praticados por Jader. Antes, porém, o presidente licenciado teria de renunciar. O presidente nacional do PMDB, deputado Michel Temer (SP), que assumiu o cargo terça-feira, disse que a primeira missão dele é ajudar o partido a encontrar uma solução para o Senado. "O PMDB tem de recuperar a presidência do Senado porque esse espaço é do partido, por força das urnas." Com a licença de Jader, o senador Edison Lobão (MA), que é do PFL, assumiu a presidência do Senado. Em pouco tempo, o PMDB perdeu dois postos importantes para o projeto de poder e de proteção a Jader. O líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros, acha que os pefelistas usam o conselho para se vingar do processo que resultou na renúncia do ex-senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), acusado de ter participado da violação do painel eletrônico do Senado. "A convivênvia do PMDB com o PFL está muito difícil porque insistem em usar o conselho para prejudicar nosso partido", diz Calheiros. Deputado federal some por 18 horas Dezoito horas de desespero e agonia. Os três filhos do deputado federal Severino Cavalcante (PPB-PE) só tiveram notícias do pai e da mãe às 3h da madrugada de quarta-feira, quando o consulado brasileiro nos Estados Unidos garantiu que eles estavam fora de risco. Antes da informação do consulado, o primogênito do casal, José Maurício, 45 anos, ligava, em vão, para o hotel. A caçula Ana Cristina, 37 anos, chorou, gritou e rezou. Ela conta que a irmã, Catarina, 40 anos, falou com o pai uma hora antes do atentado, no momento em que ele estava indo para um evento na sede da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York. Depois, ninguém conseguia saber onde ele estava. Ana reuniu os amigos em casa para correntes de oração. Segundo ela, o pai retornou ao hotel, a salvo, depois que o prédio da entidade foi evacuado. No gabinete do deputado, em Brasília, todos ficaram com "o coração na mão", pois a secretária não conseguia entrar em contato com o hotel. O deputado deve retornar ao Brasil assim que os aeroportos nos Estados Unidos forem liberados. Brasiliense fica 40 horas em um avião O economista Paulo de Sá, 32 anos, andou, andou e voltou para o mesmo lugar. Ele saiu de Brasília à 0h de terça-feira com destino a Tóquio e uma escala em Los Angeles. Chegou, ontem, a capital, às 17h, depois que o piloto do avião – sem poder descer no aeroporto norte-americano – resolveu voltar ao Brasil. Pouco antes de descer na Califórnia, o comandante avisou que o espaço aéreo dos EUA estava fechado por questões de segurança. Sem informações concretas, o DC-10 da Varig, com cerca de 300 passageiros, se uniu a outros aviões, no aeroporto de Tijuna, no México. Nenhum passageiro desceu, pois nem o aeroporto mexicano, nem a cidade, têm infra-estrutura para suportar tantas pessoas. Paulo conta que no final da tarde os mantimentos acabaram e o piloto, sem saber quando poderia prosseguir viagem, resolveu voltar. Foram direto para o Rio de Janeiro. Eles chegaram. As bagagens não. Desceram no Rio e foram mandados para o aeroporto de Guarulhos (SOP). De lá, seguiram de táxi a Congonhas, outro aerorporto paulista, de onde retornou ao DF Turistas temem fazer viagens Quem tem passagem marcada para os EUA, mas devido aos atentados terroristas não quer mais viajar para lá, tem outras opções até a situação se normalizar. É isto que as agências de viagem e companhias aéreas garantem. Depois das tragédias em Nova York e Washington, algumas pessoas começam a pensar em rotas alternativas, como Europa e África. Outras resolveram aguardar os acontecimentos. Adonai Rocha, 35 anos, estava com viagem marcada para amanhã, com destino à Nicarágua e escala nos EUA, mas preferiu pedir o dinheiro de volta e esperar. "Ainda tenho um pouco de receio. Infelizmente, os aeroportos não conseguem detectar tudo que entra nos aviões. Por isso, sempre se corre algum risco", diz. As agências e companhias aéreas têm reembolsado as pessoas ou remarcado as passagens de quem desistiu de viajar agora. Todos os dias saem de Brasília dois vôos da TAM com destino a Miami e escala em Manaus-AM. Segundo a companhia, o avião sai com 70 passageiros por dia, em média. Da terça-feira, dia do ataque, até hoje, 11 brasilienses com destino a Miami esperam, em Manaus, que as operações nos EUA se normalizem. 900 brasileiros foram feridos nos atentados em Nova York Consulado localizou as pessoas. Onze mil ocupam leitos nos 170 hospitais da cidade. O consulado brasileiro em Nova York está com uma lista de cerca de 900 pessoas feridas no atentado de terça-feira, em Nova York. A lista foi feita de acordo com informações de 12 hospitais novaiorquinos. Onze mil de feridos ocupam leitos nos 170 hospitais da cidade. Na lista não há especificação de nacionalidades dos feridos. As informações são da assessoria de comunicação do Itamaraty. Pode haver brasileiros entre as vítimas do World Trade Center. Informações ainda não confirmadas pelo Consulado dá conta de que pelo menos 20 brasileiros estão desaparecidos e que eles podem estar entre as vítimas. Entre sete e dez empresas brasileiras funcionavam nas duas torres atingidas pelos aviões. O cônsul geral do Brasil, Flávio Perri, admite que havia brasileiros trabalhando no edifício, mas afirma não ter informações sobre mortos. Um funcionário do consulado informou que já foram atendidas cerca de 500 ligações do Brasil tentando localizar familiares ou amigos no país. Dessas, 20 ainda não foram localizadas. Segundo o cônsul, o trabalho de identificação de possíveis brasileiros mortos deve demorar, já que a quantidade de corpos é muito grande, e muitos estão irreconhecíveis. O consulado está criando um cadastro sobre os brasileiros que trabalhavam nos edifícios. Esse cadastro deve estar disponível a partir de hoje, através do telefone (0xx61)411-6456. Em Nova York, os telefones à disposição para emergências são (001) 917-777-7671/7672/7632. Malan chama Lula de "mentiroso" Convocado para explicar o novo acordo com o FMI na Câmara dos Deputados, o ministro da Fazenda, Pedro Malan, travou ontem uma dura discussão com o deputado petista Aloísio Mercandante, ao final da qual chamou o presidente de honra do PT, Luís Inácio Lula da Silva, de mentiroso. De início, o ministro referiu-se só a "partidos de oposição", mas referia-se ao PT ao qualificar de "frouxo e sem reflexão" o discurso de quem defende a suspensão do pagamento da dívida externa. Mercadante apareceu então com uma lista de oito trechos de textos antigos de Malan que reúnem críticas ao FMI. Por exemplo, Malan escreveu que "aqui cabe outra crítica ao FMI, pois insiste numa redução cavalar do financiamento do setor público". O ministro ouviu Mercadante por 16 minutos. Ao reagir, insistiu nas críticas ao PT, dizendo querer honestidada intelectual e acusou Mercadante de ter "escamoteado" a leitura dos trechos ao não revelar que foram escritos em 1983. "Lula disse que o acordo prevê a privatização do Banco do Brasil e da Caixa", lembrou, para depois rebater: "não é verdade, Lula mentiu". Menos crescimento, inflação maior e mais aperto de cintos Menos crescimento em 2001, mas recuperação em 2002. Nada de superávit imediato na balança comercial e inflação acima do esperado: possibilidade de se chegar a 7,8% em dezembro deste ano e a 6,2% no final do ano que vem, quando a meta central é de, respectivamente, 4% e 3,5%. Tudo isso está nos memorandos técnico e de política econômica que sustentam o recente acordo com o FMI. Eles foram divulgados ontem, antecipadamente, pelo governo. O acordo assume uma relevância ainda maior com os ataques terroristas que atingiram o coração financeiro americano. A divulgação dos memorandos estava prevista para sexta-feira, quando a diretoria do FMI referenda o acordo. Dois motivos levaram à antecipação: o comparecimento do ministro Pedro Malan à Câmara para explicar o acordo, e o ataque terrorista que, ao menos no curto prazo, pode acentuar a instabilidade mundial. Ao explicitar as expectativas para 2001 e 2002, o memorando ressalta que o governo poderá tomar medidas adicionais às já anunciadas para cumprir as metas de superávits primários equivalentes a 3,35% e 3,5% do PIB, em 2001 e 2002. Em outras palavras, se o aperto de cintos já imposto ao Orçamento não for suficiente, o próprio governo se encarregará de aumentar a dose. Artigos Relações nada amistosas Sylvio Guedes Vitimado pela tal da "Anita", sucumbi durante alguns dias ao seu furor. Atirou-me na cama, aqueceu todo o meu corpo, deixou-me prostrado, exausto. Não era a ninfetinha da minissérie global, mas a gripe poderosa que andou cercando a cidade com a brusca mudança do clima. Alérgico (triste sina que, desgraçadamente, transmiti a toda a minha prole), evolui rapidamente da gripe para uma sinusite e, por isso, acabei diante de um médico, em uma emergência hospitalar. Após rápido exame, o profissional de branco, provavelmente mais convencido por minhas palavras do que sintomas, concordou que se tratava de uma sinusite e me prescreveu dois remédios: um antibiótico e outro para o estômago, prejudicado pela constante ingestão de secreções. Saí do hospital e procurei uma farmácia. O balconista localizou os dois medicamentos e me apresentou a conta: R$ 102! Fiquei aparvalhado. Não pelo preço dos remédios porque eles são absurdamente caros há muito tempo, e eu não moro no mundo da lua. O que me deixou espantado foi que, para o médico que me atendeu, receitar mais de 100 reais em remédios é procedimento corriqueiro, normal, que não demandaria, na sua visão, uma consulta prévia ao paciente para saber se ele dispõe desses recursos ou se, o que é mais razoável se imaginar, prefereriria alternativas mais baratas e com as esmas propriedades terapêuticas. Espantei-me, enfim, com a completa deterioração nas relações entre médico e paciente nos dias de hoje. Não bastasse serem as consultas velocíssimas, e os hospitais ambientes capazes de deprimir e constranger justamente aqueles que mais precisam de conforto e alívio, a maioria dos médicos acha desimportante, desnecessário, supérfluo inteirar-se das necessidades de seu paciente, inclusive as financeiras, para não lhe curar uma gripe às custas da debacle econômica da família. O episódio me fez lembrar das preciosas lições contidas no filme Patch Adams. Ainda que piegas, a história reflete o esforço de um jovem médico para mostrar aos seus colegas que os pacientes precisam de amor, atenção, solidariedade, carinho, e não só de injeções, exames, comprimidos e cirurgias. Por que o médico não desce de seu pedestal e se aproxima do enfermo, cuja fragilidade naquele momento é enorme? O que, afinal, as faculdades ensinam aos homens que cuidam de nossos corpos? Será que um desses médicos de emergência é capaz de reconhecer, dois dias depois, alguém que ele atendeu? Duvido. Há uma conspiração destinada a imunizar os médicos contra qualquer eventual contágio de humanos que freqüentem os consultórios. Terror faz mundo tremer Vitor Gomes Pinto O terror em grande escala está de volta e mais vivo que nunca na longa e interminável história de tragédias que faz parte do dia-a-dia da humanidade. As imagens dos ataques às ofuscantes torres azuis do World Trade Center em plena Wall Street e ao Pentágono são terríveis e conflitantes. De um lado o medo espalhando-se qual rastilho de pólvora pelos Estados Unidos, com a população em desespero pela chegada da guerra sempre anunciada, mas nunca concretizada, pelo menos não nesta dimensão, em sua própria casa. De outro lado, os inimigos dos EUA na Palestina, em Cabul, Riad, Rangun, Cartun ou Pyongyang, festejando pelas ruas a rara derrota do adversário inclemente. Nada justifica a morte provocada, o terrorismo, a intolerância, a guerra. Mas, quem pode prever os acontecimentos de ora em diante? Os Estados Unidos têm afirmado publicamente sua disposição de intervir, pela força militar se preciso, em qualquer rincão do mundo onde e quando se fizer necessário. É evidente que uma política desse teor instiga a reação oposta e torna potencialmente vulnerável qualquer alvo norte-americano desde a Patagônia até os confins do oriente. Não há como controlar 6 bilhões de pessoas, devotas dos mais distintos regimes políticos e das mais curiosas religiões. Numa sociedade pacata e socialmente bem estruturada, os excessos são controlados com facilidade, mas quando a violência predomina kamikases de todo tipo proliferam sem limites. Poucas coisas poderiam ser piores para George W. Bush do que o horror de Nova York e Washington. Pouco experiente e sem contar com o apoio do dividido Congresso de seu país, Bush tem dado passos vacilantes e perigosos no cenário internacional. Russos, chineses e coreanos do norte têm reiterado sua posição de que o sistema de defesa antimísseis proposto pelos EUA ameaça a segurança do mundo e pode iniciar uma nova guerra armamentista. O orçamento de defesa norte-americano que foi de US$ 290 bilhões no ano passado deverá superar a casa dos US$ 330 bilhões até 2005. No explosivo Oriente Médio a política de olhos, bocas e ouvidos fechados conduziu inexoravelmente à interrupção dos diálogos pela paz e provocou uma escalada de violência cada vez mais sem fronteiras. Nos braços do fundamentalismo islâmico e dos estados teocráticos que povoam o mundo árabe e se expandem pela Ásia e pela África, milícias radicais como os xiitas do Hezbollah no sul do Líbano ou os Talibans no Afeganistão dedicam-se a combater sem tréguas os inimigos do Islã, amparados por uma religião que dá o direito da ressurreição a quem praticar a guerra santa contra os inimigos de Alá. Quem teve a coragem de atacar o coração do universo ocidental? As primeiras hipóteses apontam para o arquiterrorista Bin Laden, supostamente encastelado em um esconderijo ultraprotegido no Afeganistão. O Islã encontra-se na linha de fogo e teme a inevitável retaliação que se seguirá tão logo os mortos de Nova York sejam contados. Mas, num mundo cada vez mais globalizado, há espiões e terroristas por toda parte. O Islamismo é a religião que mais cresce na Terra e os muçulmanos já são cerca de um quinto da população mundial, com 1,2 bilhão de adeptos. Somente nos Estados Unidos há 4 milhões deles (cinco vezes a mais do que em 1970), a metade composta por negros. Teremos chegado a uma situação limite, na qual prosseguir com a violência e com o terrorismo não é mais possível? Ou, pelo contrário, este é o começo de uma nova e absurda guerra? Todos nós, independentemente da posição política de cada um, torcemos para que as lideranças militares e civis das grandes nações se dêm conta de que aprofundar o confronto, arrasar cidades e campos onde fantasmas puderem estar escondidos, não é a solução. Colunistas Claudio Humberto Nasce uma estrela Deve ter muito talento o ator Flávio Cardoso, caçula do general Alberto Cardoso, poderoso ministro do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República. O garoto escreveu o roteiro de um filme sobre a Amazônia, aprovou o projeto no Ministério da Cultura para descolar financiamento oficial e, obviamente, será a principal estrela da película. Até tu, Peres? Irritado com o falatório na sala de sessões, o senador Jefferson Peres (PDT-AM) ofendeu o decoro na tensa reunião do Conselho de Ética. "Vê se manda essa funcionária fazer silêncio!", para acrescentar em seguida um sonoro palavrão transmitido por várias emissoras. Agora, até o sacrossanto Peres está sujeito a perder o mandato por falta de decoro. Os mais cotados A saída de David Zylbersztajn da ANP é tão certa que o cargo já está sendo disputado. Os mais cotados são o embaixador Jório Dauster, eficiente executivo recentemente desligado da Cia. Vale do Rio Doce, e o deputado tucano Márcio Fortes (RJ). Os menos cotados Dois diretores da ANP, ligados a David Zylbersztajn, estão de olho no lugar do chefe: Júlio Colombi Netto (ex-diretor da Cia. Paulista de Força e Luz) e Eloy Fernández y Fernández (ex-secretário de Ciência e Tecnologia de Marcello Alencar, no Rio). Mas as chances são escassas. Paga e não chia Uma verdadeira indústria vem sendo montada pelas juntas julgadoras de recursos contra infrações de trânsito no País. Usando os mais variados artifícios para indeferir os pedidos, as Jaris engordam os cofres das prefeituras e órgãos públicos. O notificado nem tem acesso ao aviso de recebimento para checar os dados: tem que pagar a multa. Pensando bem... ...o minuto de silêncio de George W. Bush durou só dez segundos porque certamente ele não sabe contar até 60. O homem certo O cônsul-geral do Brasil em Nova York, embaixador Flávio Perri, "é o homem certo no lugar certo, na hora certa". Quem reconhece isso não é um amigo, mas um dos seus muitos desafetos no Itamaraty. Organizado, cerebral, competente, Perri é considerado como o melhor "operacional" do corpo diplomático brasileiro, sobretudo em momentos de crise. Quem avisa... Escondido em algum lugar do Afeganistão, o terrorista Osama bin Laden ameaçou numa entrevista à rede de TV americana ABC, há três anos: "Predizemos um dia negro na América". Pois é. O amor é lindo Arapongas divertiram autoridades do Palácio do Planalto relatando detalhes picantes do relacionamento - digamos - extracurricular, no MEC, entre importante figura do endinheirado Fundo Nacional de Desenvolvimento Escolar e a diretora de uma empresa fornecedora de equipamentos de informática. Um relacionamento que sai caro ao Erário. Metendo a mão A Assembléia Legislativa da Bahia cortou até cafezinho e tortura os seus servidores, há sete anos sem reajuste salarial, mas pagou R$ 7 milhões à Receita Federal por todos os seus deputados, do PT ao PFL, que embolsaram milionárias "ajudas de custo" e sonegaram a parte do Leão. Serões no apagão O grande volume de trabalho tem obrigado a Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça, especializada em Direito Penal, a transgredir o horário do apagão. Em sete sessões, incluindo serões, só de habeas-corpus foram julgados 304. O desempenho não foi mais expressivo porque aumentou o número de advogados que optam pela defesa oral. O show do US$ milhão Nem cartas, nem placas. O FBI pediu ajuda aos universitários para descobrir os autores dos atentados. Além do telefone grátis 1-866-483-5137, a página ifccfbi.gov/complaint/terrorist.asp pede até nome, endereço e telefone do suspeito. Estava congestionada a maior parte do tempo, ontem. A pista de Osama bin Laden vale US$ 5 milhões. Super-ops! No dia da tragédia, o entrevistado no Superpop, da Rede TV! lembrava, em meio às constantes interrupções de Luciana Gimenez, que uma famosa apresentadora da CNN ligou do celular para o marido, dizendo que o avião fora seqüestrado. Luciana interrompeu de novo: "E caiu?" Como será o amanhã As conseqüências dos ataques ao Pentágono e ao WTC serão discutidas nesta quinta, às 14h, no auditório da Coppe, na Ilha do Fundão, Rio. No debate estarão o jornalista Emir Sader, Fernando Souza Barros, do Movimento pelo Desarmamento Nuclear; Domício Proença, do Grupo de Estudos Estratégicos, e o cientista Luiz Pingueli Rosa, da Coppe. Eles estão chegando! Não foi um pássaro nem um avião o que viu o piloto do vôo 537 da TAM, em 30 de maio de 1989. Os engenheiros Ricardo Varela, do Inpe, Claudeir Corvo, do Infa, dois pilotos e um militar da Aeronáutica, confirmaram a autenticidade dos diálogos e documentos secretos revelados no portal vigilia.com.br. O material prova que a FAB mantém registro de Ovnis, chamando-os de "movimentos" não-identificados. Poder sem pudor Mea-culpa raros Já não há políticos como antigamente. Como Pedro Monteiro de Macedo, por exemplo, que governou a Capitania da Paraíba durante nove anos até falecer, em 1774, sem deixar uma única realização digna de registro. Exceto, é claro, o "mea-culpa" que mandou botar na própria lápide: "Aqui jaz Pedro Monteiro de Macedo, que, por governar mal esta capitania, quer que todos o pisem e a todos pede um Padre-Nosso e uma Ave-Maria, pelo amor de Deus. 1774". Editorial País sem defesas A expectativa de que os Estados Unidos partissem para uma retaliação radical, e mais ou menos cega, no mesmo dia dos atentados terroristas que atingiram Nova York e Washington, não se concretizou, mas o temor de que o mundo mergulhe numa recessão inéditanão está totalmente afastado. Seria a primeira grande crise da era globalizada, segundo o economista Carlos Langoni, diretor do Centro de Economia Mundial da Fundação Getúlio Vargas, e entre as vítimas dessa situação estariam Brasil e Argentina, para falarmos apenas da América Latina. Segundo Langoni, caso a crise se estenda, o Brasil teria que ser ainda mais austero no campo fiscal e sofreria com o aumento da recessão norte-americana e com o aumento do risco econômico e político para os investidores. Os países emergentes, como o Brasil, precisam debater exaustivamente saídas para crises como essas. Por enquanto, sempre que um país entra em dificuldades, seja na vizinhança ou na Ásia, o país sofre, atrasa seu desenvolvimento e vê aumentado ainda mais o fosso que separa ricos de pobres. Não temos defesas. Os atentados terroristas contra os Estados Unidos fazem o mundo entrar em uma nova fase. É impensável que o Brasil se coloque apenas como espectador desse novo capítulo. Medicina do DF Os oitenta alunos da Faculdade de Medicina do Distrito Federal, ou Escola Superior de Ciências da Saúde, tiveram, anteontem, sua primeira aula, ministrada pelo secretário de Saúde, Jofran Frejat. A nova faculdade conta com laboratórios equipados com aparelhos de última geração, uma moderna biblioteca e salas para grupos de oito alunos, além de professores com larga experiência. O melhor de tudo, porém, é que a nova faculdade contará com o maior aparato hospitalar que uma faculdade poderia ter, o sistema público. Os alunos receberão treinamento, a partir do primeiro ano, nos hospitais e postos da rede pública de saúde do DF, algo totalmente diferente do tradicional método de ensino, que vigora em outras faculdades. Esse treinamento, entre outras coisas, coloca os alunos em contato com a comunidade que ele vai servir quando se formar. Os alunos tomam conhecimento das doenças mais comuns, das principais carências e aprendem que medicina não deve ser uma profissão elitista. A idéia é que esses alunos aprendam, também, que a medicina preventiva, a que cuida da saúde e não da doença, será sempre muito mais útil em comunidades que usam os hospitais públicos. É aí que nascem os médicos de família, os profissionais que aprendem a tratar os pacientes com mais cuidado e proximidade, coisas raras hoje em dia. Topo da página

09/13/2001


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