Jader prefere não comentar possível renúncia de Arruda



O presidente do Senado, Jader Barbalho (PMDB-PA), considerou precipitado comentar a hipótese de uma possível renúncia do senador José Roberto Arruda (sem partido-DF), que livraria o ex-líder do governo do processo de cassação do mandato e da conseqüente perda de direitos políticos. Arruda está envolvido na quebra do sigilo do painel eletrônico de votação do Senado. O episódio, ocorrido na sessão secreta em que foi cassado o mandato do senador Luiz Estevão (PMDB-DF), está sendo investigado pelo Conselho de Ética e Decoro Parlamentar.

- Acho precipitado fazer um juízo de valor quando o Conselho de Ética está em fase preliminar da investigação da violação do painel e das possíveis implicações de parlamentares - afirmou.

Jader Barbalho também não quis comentar declaração do ex-presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), de que teria visto, e depois rasgado, a lista de votos dos senadores na sessão de cassação de Luiz Estevão.

Mais uma vez, Jader creditou ao Conselho de Ética o poder de "analisar as declarações e atitudes" dos parlamentares porventura envolvidos no caso. "Por enquanto, prefiro não fazer nenhum juízo sobre as declarações de Antonio Carlos Magalhães até a manifestação dele no Conselho de Ética ou no Plenário do Senado", disse, negando-se também a comentar o fato de o senador baiano admitir ter "exagerado no ódio" dirigido a ele durante a campanha para a Presidência do Senado.

CPI

Em relação à proposta da base governista de aprovar duas comissões parlamentares de inquérito (CPIs) sobre irregularidades no Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) e na Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam), em contraposição à CPI Mista da Corrupção defendida pela oposição, Jader Barbalho se disse disposto a acatar a decisão das lideranças partidárias.

- Como presidente do Senado e do Congresso, os parlamentares podem ter a certeza de que contarão sempre com o meu apoio para instalar quantas CPIs resolverem criar - disse.

Quanto à possibilidade de cassação de seu mandato, diante de denúncias de envolvimento em irregularidades praticadas na Sudam, o presidente do Senado tachou a hipótese de "uma extravagância, de um ridículo sem tamanho". Sobre o fato de não haver entregado as declarações de renda de sua esposa, Márcia Cristina Centeno, desde 1989, explicou só ter divulgado a de 1997 porque era a que expressava o registro da participação dela na Empresa Agropecuária Campo Maior.

25/04/2001

Agência Senado


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