Jarbas admite disputar Presidência



Jarbas admite disputar Presidência Governador não descarta a indicação do PMDB e luta para reeditar aliança que elegeu FHC O governador Jarbas Vasconcelos não descarta a possibilidade de ser o candidato do PMDB à Presidência, segundo apurou o DIARIO. Antes da definição de nomes, porém, ele considera mais importante consolidar a mesma aliança que elegeu Fernando Henrique. Vê esta estratégia como a correta para derrotar a oposição. E analisa como equivocada uma eventual fragmentação da aliança na disputa presidencial. A tendência hoje freqüente de lançamento de nomes dificulta a busca da unidade, no entendimento do governador. Ainda de acordo com a apuração do DIARIO, ele deve expor essas opiniões ao novo presidente do PMDB, Michel Temer, em reunião que os dois terão na próxima semana, em Brasília, para tratar do assunto. "Se ele colocar o nome dele na disputa, eu vou não só apoiar, mas dar tudo de mim pela sua candidatura. Mas preste atenção que nós temos aí um se", disse o presidente do PMDB estadual, Dorany Sampaio, que também é favorável à estratégia de que primeiro é preciso consolidar a aliança para só depois pensar emnomes. Dorany pondera que, independente de sair ou não candidato, Jarbas tem um perfil "com todas as qualidades" para entrar na sucessão presidencial. A possibilidade de Jarbas concorrer à Presidência traz mais um fato novo para a sucessão em Pernambuco. No caso de se confirmar a candidatura dele, a aliança governista no Estado teria de passar por uma profunda rearrumação. Indagado sobre como poderia ficar o quadro, nessa hipótese, Dorany respondeu: "Eu não posso ficar opinando sobre algo que não depende de mim". As prévias do PMDB para a escolha do seu candidato a presidente estão marcadas para o dia 20 de janeiro. Hoje há duas candidaturas postas: a do senador Pedro Simon (RS) e a do governador de Minas Gerais, Itamar Franco. Nenhuma das duas, porém, tem a simpatia da atual cúpula peemedebista, que prefere Jarbas. Nos bastidores, conforme apuração do DIARIO, já haveria uma espécie de "Operação Jarbas" para criar as condições necessárias à candidatura dele. Acreditam os setores responsáveis por esta articulação que o fato de o governador pernambucano ter "uma história de luta contra a ditadura militar, honradez e administrações (como prefeito do Recife e governador) aprovadas pela população" seria capaz de "alavancar" o nome dele nacionalmente. PCR anula edital de licitação do lixo A Prefeitura da Cidade do Recife, antecipando-se a futuras recomendações do Tribunal de Contas do Estado (TCE), decidiu ontem recomeçar o processo de licitação para contratação de empresas que prestarão serviço de limpeza urbana. Hoje será publicado no Diário Oficial do município a revogação do edital lançado no dia 7 de agosto último. Um novo edital deve ser lançado ainda este mês, 15 dias após a realização de uma audiência pública. O procedimento é determinado pela Lei das Licitações (nº 886/93) para contratos superiores a R$ 150 milhões. No entanto, o edital inicial foi lançado sem que a audiência fosse feita. Esta falha certamente seria um dos aspectos questionados pelo TCE durante o julgamento do processo do primeiro edital, que aconteceria na próxima reunião do Pleno do órgão, quarta-feira da semana que vem. O conselheiro relator do processo, Fernando Correia, acredita que, com o novo edital, o processo seja arquivado e se abra um outro. Mas ele adiantou que pediria, no seu relatório, a revogação do edital de agosto. A PCR admite que falhou. O secretário de Finanças, Maurício Rands, disse que inicialmente foram feitos cálculos para contratos mais curtos (de dois e três anos), que não ultrapassavam a casa dos R$ 150 milhões. "Só depois de termos enviado o edital para o TCE foi que percebemos que o contrato de cinco anos para a prestação de serviço, superaria os R$ 150 milhões", afirmou. O contrato a ser firmado é de R$ 193 milhões. Rands ressaltou que muito antes de os vereadores de oposição questionarem a necessidade da audiência pública, a PCR já tinha enviado o edital para o TCE. "Não temos nada a esconder. Tudo está sendo feito às claras. Enviamos o edital ao TCE justamente porque queríamos uma análise prévia. A revogação vai reparar um erro". Ele destacou que outros orientações foram feitas pelos auditores do Tribunal, mas não quis adiantar quais. "Não foram determinações, mas sugestões colhidas em conversas". Defendendo-se de acusações de parlamentares de oposição ao prefeito João Paulo (PT) deque o edital foi formatado para beneficiar empresas grandes - a Enterpa em especial - Rands disse que isso é uma avaliação equivocada. A Enterpa estaria envolvida em financiamentos de campanhas do PT. "Optamos por estabelecer um modelo contratual rigoroso na exigência de capital, patrimônio e experiência. Limpeza urbana precisa ser feita com qualidade. Mas adianto que pelos seis dos 29 grupos que compraram o edital, têm condição de vencer". Volta de Jader pode ser impedida Relatório culpando senador foi lido, ontem, mas só será votado dentro de 5 dias BRASILIA - O Conselho de Ética do Senado adiou para a próxima semana a votação do relatório que propõe abertura de processo contra o senador Jader Barbalho (PMDB-PA) por falta de decoro parlamentar, mas impôs a ele uma derrota política: aprovou sugestão à Mesa Diretora para que impeça o retorno do peemedebista à presidência da Casa enquanto estiver sob investigação. A indicação não tem força legal, embora seja prevista regimentalmente, mas mostra claramente que a maioria dos senadores é contra a decisão manifestada por Jader de reassumir a presidência do Senado no próximo dia 18, após o término de sua licença de 60 dias. Na prática, é uma recomendação a Jader. "Não votaram (o Conselho de Ética) sequer a admissibilidade da denúncia por quebra de decoro, como é que podem votar um absurdo dessa natureza?", perguntou Jader ao tomar conhecimento da decisão. Ele reafirmou a intenção de reassumir o cargo na terça-feira. Proposta pela senadora Heloísa Helena (PT-AL), a indicação foi aprovada por 9 votos a favor. Somente os 5 senadores do PMDB votaram contra, sob o comando do líder do partido, Renan Calheiros (AL). Apesar de sua posição, o próprio líder admitiu que até na bancada do PMDB há certo desconforto com a possibilidade de Jader retornar à presidência do Senado. "O senador Jader anda por aí, de bravata, dizendo que vai reassumir. Isso é inaceitável", disse Waldeck Ornélas (PFL-BA). A discussão sobre a inconveniência do retorno de Jader à presidência ocorreu após a leitura do relatório assinado por Romeu Tuma (PFL-SP) e Jefferson Péres (PDT-AM), que durou mais de duas horas. O presidente do conselho, Geraldo Althoff (PFL-SC), concedeu inicialmente 24 horas de prazo para vista (exame dos senadores), mas acabou pressionado e ampliou para cinco dias, como é de praxe. Se for aprovado, o relatório será submetido à Mesa Diretora do Senado. Se for acolhido, será devolvido ao Conselho para abertura do processo propriamente dito, o que encerra o prazo para que uma eventual renúncia de Jader interrompa o processo e evite uma possível cassação do seu mandato. O relatório de Tuma, que faz várias referências ao tom irônico usado por Jader ao depor na comissão, aponta "provas irrefutáveis" de que Jader se beneficiou dos desvios de recursos do Banpará, e afirma que ele mentiu ao se defender desta acusação. Jader também é acusado de "improbidade administrativa", por ter tentado obstruir as investigações sobre o Banpará. Ele, segundo o relatório, retardou a tramitação de um requerimento solicitando documentos ao Banco Central. João Alberto (PMDB-MA), único aliado de Jader na comissão, apresentou voto em separado, considerando um "absurdo" a acusação de que Jader faltou com o decoro parlamentar. Ameaças de morte serão investigadas SÃO PAULO - A polícia vai investigar as ameaças de morte que o prefeito de Campinas, Antônio da Costa Santos (PT), assassinado a tiros na noite de segunda-feira, estaria recebendo há mais de seis meses. O delegado Seccional da polícia de Campinas, Osmar Porceli, disse que não recebeu nenhuma comunicação oficial sobre as ameaças e que ainda não falou com a família do prefeito, mas que iniciará investigações "assim que receber as primeiras informações" sobre os supostos telefonemas. O vereador Ângelo Rafael Barreto (PT), que ouviu do próprio Costa Santos, há vinte dias, referências sobre as ameaças, anunciou que vai encaminhar ao diretório municipal do PT um relato formal de sua conversa com o prefeito assassinado. "Tenho sérias suspeitas de que as ameaças têm relação com a morte dele", afirma Barretos. "Vou pedir ao partido que notifique a polícia, que acompanhe as investigações policiais e que faça uma investigação própria sobre a história destas ameaças." Porceli informou que a polícia já abriu "um grande leque de investigações" que deverá levar à elucidação do crime nos próximos dias. Segundo o delegado, não está descartada nenhuma das hipóteses iniciais sobre as razões do crime. "Trabalhamos tanto com a hipótese de crime político como com a de tentativa de assalto ou vingança", afirmou ele. Servidor estadual prepara greve geral para outubro Funcionário pede reajuste de 75% e critica aumento para secretários Os servidores públicos do Estado farão uma greve geral no mês de outubro, para protestar contra o aumento salarial de 50% dos secretários e exigir do Governo o reajuste salarial de 75%. A decisão foi anunciada ontem após a assembléia geral dos funcionários administrativos. A data da paralisação será definida na próxima segunda-feira, após reunião do Fórum dos Servidores, ampliada com a participação de dez sindicatos e duas associações de classe. A proposta é unificar a campanha salarial para reforçar a paralisação, que deverá atingir todos os setores públicos. Além da greve geral de advertência, os servidores vão propor aos deputados estaduais a realização de uma audiência pública na Assembléia Legislativa, para discutir o Orçamento estadual para 2002. A lei orçamentária está sendo fechada até o próximo dia 30. Eles querem assegurar recursos para o reajuste salarial do funcionalismo. Pela Lei de Responsabilidade Fiscal, o Governo só pode aumentar as despesas colocando uma fonte de receitas para cobrir os gastos. Com um agravante, como 2002 é um ano eleitoral, qualquer aumento só pode ser dado até o mês de abril. Outra preocupação dos servidores é com o atraso na folha salarial. Os salários estão sendo pagos até o décimo terceiro dia do mês seguinte. Pelos cálculos do Sindicato dos Servidores Públicos do Estado (Sindserp), em dezembro o Governo terá que pagar três folhas: novembro, dezembro e o décimo terceiro salário. De acordo com Beatriz Gomes, há o risco de repetir o ano de 1998, quando foram pagos os salários de novembro e o décimo terceiro, e dezembro ficou em aberto. O secretário de Administração, Maurício Romão, informou que está trabalhando com a folha do mês, e não com a projeção de dezembro. AUMENTO - O departamento Jurídico do Sindserp está concluindo a análise da Resolução nº 508 da Assembléia Legislativa, que garantiu o aumento de 50% nos salários dos secretários de Estado retroativo a 1º de janeiro. O sindicato argumenta que o artigo nº 37 da Constituição Federal é claro quando determina que qualquer aumento na remuneração dos cargos comissionados deve ser feito através de um projeto de lei. Além disso, o Resolução nº 240, que estabeleceu o aumento dos secretários no ano de 1994, amarra o reajuste à mesma época em que for corrigido os salários dos servidores. Se houver brecha legal, o sindicato promete recorrer à Justiça, ao Ministério Público e ao Tribunal de Contas da União, para derrubar o aumento salarial dos secretários, que passaram a ganhar R$ 6 mil. Artigos Gente de cores Roberto Martins Não expressei-me no título acima, escrevendo "gente de cor", mas sim, "gente de cores", uso este, cujo entendimento ficará claro ao longo deste texto. A questão das identidades racial e de cor no Brasil, é uma realidade muito complexa. E, sob mais de um aspecto, como o sabem os meus colegas sociólogos e antropólogos que tratam mais do que eu deste tema, e de modo muito mais especializado e competentemente. Ouso, então aqui, trazer uma pequena contribuição para a melhoria do esclarecimento deste fato social que tanto confunde a Nação brasileira e que em algum futuro vai ser resolvido, e de modo harmonioso, esperamos todos nós. E através de uma harmonia real, e não por artificialismos e fantasias saídas de "invenções" de "inventores" do Brasil, que construíram o mito da nossa democracia racial brasileira. Para demonstrar o complicado novelo das nossas identidades racial e de cor, relaciono abaixo a lista do levantamento feito pelo historiador Clóvis Moura, utilizando o censo de 1980. Neste censo do IBGE foi perguntado às pessoas pesquisadas não brancas, sobre a sua cor, e elas responderam que era: Acastanhada, agalegada, alva, alva-escura, alvarente, alva-rosada, alvinha, amarelada, amarela-queimada, amarelosa, amorenada, avermelhada, azul, azul-marinho, baiano, bem-branca, bem-clara, bem-morena, branca, branca-avermelhada, branca-melada, branca-morena, branca-pálida, branca-sardenta, branca-suja, branquiça, branquinha, bronze, bronzeada, bugrezinha-escura, burro-quando-foge, cabocla, cabo-verde, café-com-leite, canela, canelada, cardão, castanha, castanha-clara, cobre-corada, cor-de-café, cor-de-canela, cor-de-cuica, cor-de-leite, cor-de-ouro, cor-de-rosa, cor-firme, crioula, encerada, enxofrada, esbranquecimento, escurinha, fogoió, galega, galegada, jambo, laranja, lilás, loira, loira-clara, loura, lourinha, malaia, marinheira, marron, meio-amarela, meio-branca, meio-morena, meio-preta, melada, mestiça, miscigenação, mista, morena-bem-chegada, morena-bronzeada, morena-canelada, morena-castanha, morena-clara, morena cor-de-canela, morenada, morena-escura, morena-fechada, morenão, morena-prata, morena-roxa, morena-ruiva, morena-trigueira, moreninha, mulata, mulatinha, negra, negrota, pálida, paraíba, parda, parda-clara, polaca, pouco-clara, pouco-morena, preta, pretinha, puxa-para-branca, quase-negra, queimada, queimada-de-praia, queimada-de-sol, regular, retinta, rosa, rosada, rosa-queimada, roxa, ruiva, ruço, sapecada, sarará, saraúba, tostada, trigo, trigueira, turva, verde, vermelha, além de outras pessoas que não declararam a cor. O problema está em interpretar o que justifica e significa a diversidade de 136 cores que são a autopercepção e autoclassificação das pessoas entrevistadas. Não compartilho inteiramente com a análise que vê nesta quantidade de cores auto-atribuídas um simbolismo de fuga, como uma enganadora magia cromática, como já disse um pesquisador, na qual o dominado se refugia para aproximar-se o mais possível da identidade criada pelo branco dominador. Penso que tantas cores revelam uma outra necessidade - que não a de fuga -, mas a de especificar com mais refinamento as possibilidades cromáticas oriundas da complexa miscigenação racial brasileira. Nota breve: vou em seguida insinuar uma profecia retrospectiva - se isto é possível. O showman Sílvio Santos quase foi candidato a presidente do Brasil em 1989, lançado pelo então ocupante do cargo José Sarney. (Jânio Quadros foi também cogitado pelas forças conservadoras). Até quando pôde sustentar a sua pré-candidatura - barrada por impedimentos legais formalistas - Sílvio Santos foi o preferido nas pesquisas da época. A razão social das organizações André Roberto Spitz Numa realidade de tanta exclusão social, é clara a consciência de que as organizações, no brasil, não vão conseguir sobreviver como ilhas de excelência e privilégios. Isso faz com que seja fundamental se promover o encontro do mundo organizado das empresas com as comunidades de baixa renda, e colaborar com iniciativas que ajudem a promover a organização e a sustentabilidade comunitária - o grande desafio da sociedade brasileira. Hoje, a atuação social das empresas tornou-se um diferencial competitivo, uma estratégia de negócios, uma ferramenta de mercado. Mas não podemos esquecer que estamos lidando com solidariedade, compromisso social, luta contra a pobreza. É importante não reproduzir, nas ações sociais, as leis de mercado, a competição desenfreada. Há que se valorizar a cooperação, a ação conjunta e a parceria. As empresas são formadas por pessoas e estas podem e devem lutar para mudar a cultura das organizações, incorporando tais valores à suamissão, transformando a responsabilidade social em um conceito fundamental. O Coep - Comitê e Entidades no Combate à Fome e pela Vida, foi criado em 1993, pelo Betinho e prof. Pinguelli, como um dos resultados do Movimento pela Ética na Política. Com o objetivo de mobilizar as empresas em relação ao quadro inaceitável de fome e pobreza no País, contava, no início de sua criação, com 33 empresas estatais. Hoje, formando uma grande rede de mobilização social, são 43 entidades, atuando em nível nacional, e cerca de 700 organizações, entre fundações, entidades governamentais, empresas públicas e privadas, atuando em 20 estados. Desde sua criação, o Coep vem mobilizando e articulando as organizações na luta pela promoção da cidadania, incentivando-as a incorporarem à sua cultura e gestão, o compromisso com o desenvolvimento social. Em recente pesquisa, realizada em parceria com o Ipea, foi constatado que 92% das entidades associadas ao Coep, realizaram ações sociais, 30% publicaram seu Balanço Social, 53% dasiniciativas visavam o desenvolvimento comunitário e mais de 60% realizaram ações voltadas para os jovens. Estes são resultados expressivos que certamente refletem o esforço de mobilização do Comitê. São centenas de projetos e ações desenvolvidas pela rede de associadas que estão disponíveis no Banco de Projetos Mobilização (www.coepbrasil.org.br), instrumento inovador que facilita a multiplicação e a replicação das boas práticas sociais. A rede do Coep realiza campanhas de mobilização que visam alertar a sociedade para o desastre da fome e da miséria, sacudir pessoas e entidades para que não deixem a indiferença prevalecer. Nesse sentido, foi criada a Semana Nacional de Mobilização pela Vida, quando são realizados eventos que envolvem milhares de pessoas em todo o Brasil trazendo a questão da pobreza para o centro das atenções da sociedade. Além de mobilizar a sociedade e as instituições para desenvolver ações de combate à pobreza, o Coep também cumpre seu papel público, ao articular, em conjunto com CNBB, Conic, Fórum Nacional de Segurança Alimentar e Ibase, o encaminhamento, à Presidência da Câmara dos Deputados, de um projeto de lei que cria o Dia Nacional de Mobilização pela Vida, em 9 de agosto, data de falecimento do Betinho. Sabe-se que num país com milhões de pessoas abaixo da linha da pobreza e de dimensões continentais como o Brasil precisa de soluções estruturais, de mais longo prazo, que são de responsabilidade dos governos. Entretanto, é preciso que toda a sociedade, que todas as organizações participem, transformando a luta contra a pobreza na prioridade número um do País. É preciso acabar com a indiferença. Uma verdadeira democracia só existe quando há cidadania para todos e não como um privilégio de alguns. Lutar para que as empresas assumam, cada vez mais, sua razão social é a razão da existência do Coep. Colunistas DIARIO POLÍTICO Oportunidade única O quadro político de Pernambuco vira de cabeça para baixo se Jarbas Vasconcelos resolver entrar na disputa para ser o candidato do PMDB à presidência da República. A princípio tratada como uma hipótese bem remota, um jogo de cena, digamos assim, dos peemedebistas, a candidatura do governador já está sendo encarada com simpatia pelo Palácio do Campo das Princesas. Muitos assessores palacianos achando que essa é uma oportunidade única, que deve ser analisada em todos os seus aspectos, jamais ignorada. Ao admitir que não descarta a possibilidade de disputar as prévias do partido, que vão escolher o nome que estará no páreo da corrida presidencial, Jarbas Vasconcelos pode ter encontrado a saída para não ser forçado a concorrer ao segundo mandato, o sonho de todos os aliados, mais que não agrada muito a ele, como todo mundo sabe. Se o governador partir para o cenário nacional, ninguém duvida que a grande confusão será no PFL que lutará com unhas e dentes para indicar o candidato da aliança ao Governo e é aí que mora o nó da questão. Pois Mendonça Filho, o vice, pode ser o governador a partir de abril, com direito a disputar a reeleição sem sair do cargo, enquanto Marco Maciel deverá surgir como o nome de consenso do partido, o que os caciques pefelistas sabem fazer com muita competência. E aí os tucanos, no mínimo, vão brigar pela vaga de vice e por uma das duas cadeiras do Senado. É jogo duro, esse, que está começando. Procuradores de Assembléias de todo País instalam o Congresso sobre Reforma Administrativa e Previdenciária, hoje, no plenário do Legislativo de Pernambuco, a partir das 10h Aposta Os vereadores faziam uma Bolsa de Votos, ontem, na Câmara, especulando sobre quem será mais votado para federal. João Arraes (PSB) deu um palpite e fez promessa: " Se o ex-governador Arraes tiver menos de 300 mil votos, eu ando nu na pracinha do DIARIO". Ousado, o vereador. Saúde 1 Guilherme Robalinho nega que não tenha diálogo com as lideranças médicas do Estado que ameaçam fazer greve a partir do dia 20 se o Governo não atender suas reivindicações, entre elas o reajuste salarial de 20%: "Já conversei várias vezes com elas e continuo conversando". Saúde 2 O secretário estadual de Saúde explica que a ajuda da deputada Tereza Duere (PFL) e de outros parlamentares, assim como dos seus colegas Jorge Jatobá, da Fazenda e de Maurício Romão, da Administração, é muito importante para encontrar uma saída para atender os médicos e evitar a greve. Dobradinha Inocêncio Oliveira (PFL-PE) anuncia que o prefeito de Petrolândia, Francisco Simões, do PMDB, vai apoiá-lo 2002. Para isso o deputado fará dobradinha com o filho dele, Lourival Simões, que disputará uma vaga na Assembléia. Terrorismo 1 Sílvio Pessoa condena as ações terroristas que ocorreram nos Estados Unidos mas considera importante que seja feita uma análise equilibrada do que aconteceu "embora o terrorismo não encontre justificativa nem explicação". Terrorismo 2 O procurador geral do Estado acha que ao se transformar num império, "os Estados Unidos assumiram o papel de policiais do mundo invadindo países e ajudando a derrubar governos como ocorreu no Brasil e no Chile". Terrorismo 3 Para ele, "o império americano colhe os frutos da semeadura e o lamentável é que inocentes paguem com a vida a insanidade de governantes e de homens de dinheiro que armam ações e pessoas atrás de poder e lucro". Tem razão. Aliança Roberto Freire e Ciro Gomes, do PPS, se reuniram com a bancada federal do PDT, em Brasília, e acertaram uma aliança informal para 2002. Além de Ciro, o PDT poderá ter outro candidato, Itamar Franco (PMDB-PMDB), que pode se filiar ao partido de Brizola. O francês Allan Caillé faz palestra, hoje, sobre o tema A favor de uma esquerda nova e universalizável, atendendo convite do secretário de Desenvolvimento Econômico da PCR, Waldemar Borges. A partir das 19h, na sede do Sinttel, Rua Afonso Pena, 333, Boa Vista. Editorial Trinômio da paz O atentado de Nova Iorque encerra lições. E, a partir delas, impõe a fixação de uma nova visão de futuro. Que ajude o Mundo a obter mais segurança para a população civil e a promover mais eqüidade social entre as nações. Com efeito, o passado não existe apenas como registro. Ele serve também como referência de ensinamentos e como pedagogia para a ação futura. Quem aprende com o passado erra menos no futuro. Por isso, é possível delinear três diretrizes na conceituação de uma agenda que busque construir uma nova ordem internacional. A primeira diretriz é a utilização, como prática de governo, do diálogo. Negociação é origem e acordo é destino. Vale a razão que formula e constrói, não vale a emoção que distorce e destrói. A supremacia econômica norte-americana não dispensa o esforço permanente em favor do estabelecimento de um clima de acertos e consensos. Esse objetivo é fundamental na política diplomática, como nos foros econômicos e nas conferências ambientais. É preciso buscá-lo a todo custo. Jogar o pesoda hegemonia dos Estados Unidos para alcançá-lo é não só manobra tática de um povo inteligente e pragmático como são os norte-americanos. Mas é igualmente dever da nação mais poderosa do Mundo. A segunda diretriz é a obtenção urgente, costurada com as cerzideiras do secretário de Estado, Collin Powel, de um pacto de paz entre Israel e os palestinos. Não é admissível conviver por mais tempo com aquele tipo de conflito no Oriente Médio. Pois não se trata só do risco que está ali potencializado, podendo envolver a participação de outros países e o perigo de uma guerra ampliada. Trata-se sobretudo de os Estados Unidos se determinarem, com a influência de sua fala e a persuasão de seus recursos estratégicos, a estipular a paz. Cada povo tem direito a dispor de seu território. A terceira diretriz é o senso de co-responsabilidade política que afeta todas as nações. Cada uma delas detém parcela de obrigações em face do conjunto dos demais países. Especialmente nesses tempos de relações globalizadas nos quais ninguém está sozinho. Mas há outro aspecto: quanto mais hegemônico o poder de um país, tanto maior sua posição como co-responsável nas decisões que interessam a todos. Esse é o papel por excelência dos que exercem a hegemonia. A ele não pode se subtrair os Estados Unidos. O aprendizado do presidente George Bush pode ser breve ou longo. Depende de sua capacidade para enxergar o tamanho da tarefa que lhe foi confiada pelo eleitor de seu país. O povo norte-americano exibe notável acervo de realizações. A América é matriz de cultura e empreendimento econômico. No exercício da presidência, seus políticos quase sempre foram capazes de oferecer projetos viáveis de liderança. Esperemos que no momento grave que vivemos o presidente Bush cresça com a escala dos problemas que estão postos às mãos noviças do Governo. Topo da página

09/13/2001


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