Deputado admite disputar o Governo








Deputado admite disputar o Governo
Ao analisar o cenário político-eleitoral para 2002, o presidente da Assembléia Legislativa, Romário Dias (PFL), afirmou que se o governador Jarbas Vasconcelos (PMDB) não for candidato à reeleição, optando pelo Senado Federal, a aliança PMDB/PFL/PSDB se desagregará e cada partido terá um candidato ao Governo do Estado. O deputado admitiu, nessa situação, que o seu nome seja discutido no PFL. Ele revelou que se considera credenciado para disputar o cargo, e que, se o partido achar que deve concorrer, aceitará a indicação.

“Eu concorro. Tenho tantas credenciais quanto os demais citados. A disputa não pode ficar restrita a dois ou três nomes”, ressaltou Romário, referindo-se ao vice-presidente Marco Maciel, o vice-governador Mendonça Filho e o deputado federal Joaquim Francisco, relacionados pelo vereador e presidente do PFL do Recife, Roberto Andrade.

Romário diz que trabalha para que se repita a chapa Jarbas/Mendonça Filho, entrando Marco Maciel (PFL) e Sérgio Guerra (PSDB) na composição para o Senado, e guardando como alternativo o nome de Joaquim Francisco, no caso de Maciel desistir. Se Jarbas decidir-se por não disputar a reeleição, o presidente da Assembléia considera praticamente inexistentes as chances de uma unidade no 1º turno, embora dê como certa a união no 2º.

“Quem sustenta essa aliança é Jarbas. Depois, vêm Marco Maciel e Sérgio Guerra, e Roberto Magalhães quando estava no PFL”, analisa o deputado. Num cenário de múltiplas candidaturas, ele afirma que o partido tem alternativas, além das que são freqüentemente postas.
“Sempre que há eleição em Pernambuco, citam-se os mesmos nomes, tanto na situação como na oposição. O PFL tem outros quadros com iguais credenciais, como os deputados Osvaldo e Geraldo Coelho”, resume, sem se colocar como pretendente. Romário axplica que o seu nome não está em cogitação e que caminhará com o partido na escolha que fizer, mas que não rejeitará uma convocação, se a agremiação assim se definir. Romário entende ser muito difícil Jarbas renunciar à disputa da reeleição. “Ele vai sair para o Senado isolado? Só com o PMDB? Ele vai precisar do PFL.”

Ao contrário do deputado federal José Mendonça (PFL), que assegura que o partido não apoiará uma eventual indicação do deputado Sérgio Guerra (PSDB) ao Senado, Romário diz que vê com “bons olhos” o nome do tucano. “Jarbas, Mendoncinha, Maciel e Sérgio Guerra é a chapa que tem sustentação na aliança. Não temos como vetar A ou B. Guerra está ajudando Jarbas no Governo, assim como Mendonça Filho, um vice atuante”, avalia.


PSB e PTB consideram legítima a posição do líder pedetista
Os principais líderes de oposição ao Governo Jarbas foram cautelosos ao comentar a disposição do presidente regional do PDT, José Queiroz, em encabeçar a chapa oposicionista nas eleições de 2002. Para não embolar ainda mais o processo de estruturação do palanque da oposição, articuladores do PSB e do PTB consideraram “legítima” a aspiração do pedetista, que anteontem contestou da candidatura do secretário municipal de Saúde, Humberto Costa (PT), ao Governo do Estado. Ao mesmo tempo em que prestavam solidariedade a Queiroz, petebistas e socialistas evitaram associar o nome do Humberto à uma imposição do PT.

“Colocar nomes para avaliação é um direito que todos os partidos têm, inclusive o PDT. O importante é que isso não afete o discurso da oposição. Temos que apresentar propostas e, quando chegar o momento, veremos quem tem mais respaldo para a disputa”, ponderou o senador Carlos Wilson (PTB).

Mesmo reconhecendo a advertência feita por Queiroz, o deputado federal Djalma Paes (PSB) reforçou o nome do deputado Eduardo Campos (PSB) como um “importante quadro” das oposições, mas destinou um puxão de orelhas aos adversários da aliança governista (PMDB/PSDB/PFL), lembrando que, agora, é preciso discutir o programa de governo.
“Concordo quando o deputado (Queiroz) alerta que seu nome deve ser levado em consideração, assim como o de Eduardo Campos. Mas essa não é a hora de as esquerdas veicularem nomes. O que interessa é cuidar de uma proposta política e um plano de governo”.


Romário critica grupos do PFL
Presidente da Assembléia Legislativa afirma que grupos políticos do PFL agem como “ilhas” no partido, prejudicando a unidade da legenda no Estado

O presidente da Assembléia Legislativa, deputado Romário Dias, afirmou, ontem, que o PFL é um partido com um grande problema em Pernambuco: está dividido por grupos políticos. Pefelista e ex-líder do Governo Jarbas Vasconcelos (PMDB) na Assembléia, Romário disse que são esses grupos que “estão enfraquecendo o partido no Estado”, e pediu o fim da repartição da legenda. O deputado citou os grupos de Marco Maciel, Inocêncio Oliveira, dos Mendonça, de Joaquim Francisco e dos Coelho como “ilhas” dentro do partido. “O PFL tem de acabar com isso imediatamente, e passar a ser uma agremiação com todas essas pessoas, e não do grupo A, B ou C”, conclamou o pefelista.

Romário definiu o PFL como o partido melhor estruturado no Brasil, com uma forma de trabalho e ação conhecida pela população, porém, que em Pernambuco preserva “um grande defeito”, a existência de grupos, o que fragiliza a legenda como um corpo unitário. “São várias ilhas em torno de uma ilha, o partido. As pessoas não falam ‘sou do PFL’, e sim, que é do grupo tal e qual”, critica. O deputado considera que a legenda comete um grande erro, em Pernambuco, ao alimentar essa divisão. “É como se fosse um quebra-cabeças, com várias peças que se encaixam para dar certo. O PFL tem de ser um todo, não pode continuar a ter essas ilhas”.

O presidente da Assembléia disse que reconhece ser importante que os líderes dos grupos tenham destaque, mas entende que todos devem ter consciência que são membros do partido e não podem se isolar em ilhas. “O PFL se fragiliza quando os interesses dos grupos prevalecem sobre o do partido. Um achando que sua ilha é maior que a do outro e, muitas vezes, é bem menor do que as pessoas pensam”, ironizou. O deputado pefelista citou o exemplo do PMDB como uma partido sem grupos, o que o fortaleceria no Estado. “O PMDB é Jarbas Vasconcelos. Não é um pedaço de fulano e outro de beltrano. Quem tem grupo lá? Qual é o grupo forte no PMDB?”.


Governador admite apoio do PMDB à candidatura Roseana
Apesar de sinalizar favoravelmente à pré-candidatura do ministro José Serra (PSDB) à Presidência da República, o governador Jarbas Vasconcelos (PMDB) novamente admitiu a possibilidade de o seu partido apoiar o nome da governadora Roseana Sarney (PFL-MA), caso seja o caminho mais viável para a sucessão presidencial. Segundo Jarbas, o crescimento contínuo de Roseana nas pesquisas tem estimulado setores do PMDB a pensar no apoio.

“Os partidos, e o PMDB não foge à regra, têm uma parcela ponderável de pessoas que se guiam pelos números. É evidente que essa candidatura do PFL deixa muita gente ouriçada”, reforçou Jarbas.

Desde que Roseana começou a surgir nas pesquisas de opinião como uma alternativa de vitória o PMDB passou a discutir o apoio à pefelista. O nome do presidente do partido, deputado Michel Temer (SP), chegou, inclusive, a ser ventilado para ocupar a vice na chapa.


Tucanos temem isolamento do PSDB
BRASÍLIA – A principal preocupação dos governadores do PSDB, reunidos na noite de anteontem com o presidente Fernando Henrique Cardoso, é com o isolamento do partido na corrida presidencial, que poderia ser acentuado pela demora na escolha do candidato e a ascensão eleitoral da governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PFL).

Agora, o presidente Fern ando Henrique e a Executiva Nacional do PSDB precisam conversar com o ministro José Serra (da Saúde) para saber se ele quer ou não assumir a candidatura. “Isso precisa ser feito o mais rapidamente possível”, alertou ontem o governador do Mato Grosso, Dante de Oliveira (PSDB).

Ante à resistência dos participantes do encontro à idéia de realizar eleições prévias para escolher o candidato tucano, Oliveira anunciou a decisão de não participar da pré-convenção do partido, marcada para 24 de fevereiro.

Pelas previsões do governador do Mato Grosso, a pré-convenção não se realizará por conta da desistência também do governador do Ceará, Tasso Jereissati (PSDB), de concorrer, o que torna Serra o único aspirante da legenda à candidatura até o momento.

“Essa pré-convenção não existe mais. O que precisamos é começar logo a campanha. É hora de o PSDB e o candidato montarem uma agenda em busca de votos”, disse Oliveira.

No jantar, Fernando Henrique deixou claro que a reunião não serviria para definir o nome do candidato da sigla a presidente, mas refletir sobre o quadro sucessório.

A decretação do estado de sítio na Argentina, porém, dividiu a atenção do presidente, que, por repetidas vezes, interrompeu a conversa para falar, por telefone, com os presidentes argentino, Fernando de La Rúa; do Uruguai, Jorge Battle; e do Paraguai, Luiz González Macchi, além de diplomatas.

Apesar de a pré-candidatura única de Serra ter ficado explícita, o governador do Pará, Almir Gabriel (PSDB), e o ministro das Comunicações, Pimenta da Veiga, apelaram para a cautela, chamando a atenção à necessidade de a agremiação ser obrigada a buscar novos caminhos, caso o ministro da Saúde não decole nas pesquisas.


Piauhylino afirma que só os amadores colocam o nome
A possibilidade de disputar o Governo do Estado, apresentada pelo presidente da Assembléia Legislativa, deputado Romário Dias (PFL), na hipótese de o governador Jarbas Vasconcelos (PMDB) desistir da reeleição, surpreendeu os partidos da aliança. “Somente os amadores estão lançando seus nomes neste momento. Os políticos profissionais vão tratar desse assunto (eleição) em março. O PSDB não vai antecipar a discussão. Estamos organizados e temos o que mostrar. Com ou sem aliança estamos preparados para disputar 2002”, disparou o deputado federal Luiz Piauhylino.

A deputada Teresa Duere (PFL), líder da bancada governista na Assembléia, também avaliou como “precipitada” a discussão sobre sucessão. “O governador só falará sobre isso em março e é ele o potencial candidato. Mesmo assim, o surgimento de vários nomes é natural, afinal nossa aliança tem grandes quadros no PFL, PMDB e PSDB.”

O líder do PMDB, Hélio Urquisa, lamentou a declaração de Romário. “O surgimento de nomes fragmenta a aliança”, disse, partindo para a ironia: “Sonhar alto é uma qualidade legítima do ser humano. Romário pode disputar o cargo que desejar.”

Já o deputado José Marcos (PFL) enfatizou que o seu candidato natural é Jarbas, mas que se ele não disputar a reeleição, seguirá o que determinar o PFL.


Artigos

Sei não !
José Paulo Cavalcanti Filho

A extinção do Serviço Especial de Inteligência - SEI já havia sido decidida, pelo Governo de Pernambuco, muito antes desta segunda - quando se assinou, oficialmente, sua sentença de óbito. O sensacionalismo barato do Fantástico apenas apressou esse fim. Já começou mal, em 1997. Por Portaria. E cresceu em superposição à 2a Sessão da PM, trabalhando à paisana, com carros descaracterizados, de chapa fria, sem nenhum controle. Um monstrengo. Agora acabou.

Talvez seja tempo de ir mais longe. Repensando a própria estrutura de segurança pública do Estado. Porque ela não funciona bem - culpa inclusive da Constituição cidadã de doutor Ulisses. O Corpo de Bombeiros foi militarizado! Um serviço que, no mundo todo, é municipal e basicamente voluntário, aqui acabou obrigado a desfilar, em 7 de setembro, com fuzis na mão. E as duas polícias, civil e militar, passaram a ser necessariamente comandadas por profissionais de seus quadros - aumentando dramaticamente seu corporativismo. Devendo funcionar como “forças auxiliares e reserva do exército”.

A Polícia Militar preserva, no Brasil todo, estrutura similar ao das legiões romanas. E são reguladas por uma Legislação Penal Militar que, ao submeter apuração de crimes a comissões de inquérito, postergam e dificultam uma punição eficiente dos responsáveis. Pior é que, com o passar dos anos, os problemas nessa área de segurança acabaram se agravando.

A jornada de 24 horas trabalhadas, por 48 de descanso, conjugada a baixos salários, contribui para que as polícias funcionem como alimentadoras de mão de obra das agências de segurança privada. A atividade policial virou bico. As contradições entre as polícias aumentam. É comum ver a PM prender em flagrante e passar 6 horas (às vezes, até 12) esperando, nas Delegacias da Polícia Civil, para que se lavre um TCO. A atitude das duas polícias é passiva, em relação à criminalidade. A Civil não investiga, antes do processo. E a Militar, fardada, não pode exercer esse papel. Seria desvio de função. Tudo contribuindo para o aumento da violência. Por essas e outras a gente simples do povo protestou quarta-feira, em Caruaru, contra a prisão de policial que chefiava grupo de extermínio. O que é ruim.

Ruim também é que se dissemina, nos meios de comunicação, a idéia de que Recife é a mais violenta cidade do Brasil. Só mesmo na cabeça da imprensa do sul. Não somos uma ilha de tranqüilidade, é claro. Mas os índices anunciados são fantasia. A cidade é pequena. Do 15º andar da Prefeitura se vê todos os seus limites. Não é fisicamente possível abrigar tantos crimes em tão pouco território. Os números se devem a que todos os grandes hospitais do Estado estão aqui. E para aqui vêm as vítimas de violência, não apenas da região metropolitana, como de quase todo o Estado.

A área de segurança se mostra, visivelmente, como uma das prioridades desse governo. Comandada por dois homens de bem. O Secretário da Defesa Social, Gustavo Lima, é um respeitado representante do Ministério Público. O Secretário de Justiça é Humberto Vieira de Melo, jurista consagrado. E a nova política de segurança que estão implantando, a partir de unidades que funcionam como centros comunitários de atendimentos à população, aponta no sentido correto.

Ainda é pouco. O passo seguinte será o da unificação das duas polícias. Acabando as disputas entre elas. Mas não é realístico imaginar que uma missão como essa possa ser efetuada por governo em fim de mandato. Devemos cobrar isso do próximo. Porque só teremos a paz que merecemos quando tivermos uma polícia unificada, moderna, eficiente e sobretudo democrática.


Colunistas

PINGA-FOGO - Inaldo Sampaio
Roseana Sarney

Para o deputado Joaquim Francisco, apesar de ter sido lançada como “teste” a candidatura de Roseana Sarney à presidência da República começa a dar sinais de consistência. Se o processo político tivesse alguma lógica, diz ele, o raio de influência dela estaria restrito ao Maranhão. Mas além de ser uma “novidade” no quadro político e estar tendo um bom desempenho à frente do Governo do seu Estado, os adversários contribuem indiretamente para o seu crescimento eleitoral na medida em que Lula dá sinais de cansaço - e Ciro, Itamar, Garotinho e Serra não estão empolgando o eleitorado.

Se ela conseguir chegar ao mês de março como segunda colocada nas pesquisas, afirma o ex-governador, o partido não terá outro caminho a não ser lancá-la como candidata, buscando a celebração de alianças com os partidos d a base governista. Se é difícil atrair o PSDB por causa da teimosia do seus dirigentes, há probabilidade de se chegar a um entendimento com o PMDB e o PPB.

Por enquanto, ressalva, a governadora é um produto de marketing contrariando a lógica do processo político: governa um Estado nordestino (0,8% do PIB nacional) e é filha de um ex-presidente que deixou o governo em 1989 com uma inflação mensal de 80%.

O “pai” das ações
Bivar, presidente nacional do PSL, foi o autor das ações acolhidas no STF obrigando 19 governadores (Jarbas Vasconcelos incluso) a encaminharem às Assembléias Legislativas, anualmente, um projeto de reajuste da remuneração dos servidores públicos. A revisão anual dos salários do funcionalismo já está consubstanciada na Constituição Federal, mas só oito governadores cumprem essa exigência. O relator do processo foi o ministro Ilmar Galvão.

Casa arrumada
1º lugar no “ranking” do IBGE dentre os municípios pernambucanos com maior número de residências com água, 2º em esgotamento sanitário e 4º em coleta de lixo, Itapissuma é o município mais bem organizado da RMR. Segundo o prefeito Paulo Volia (PSDB), seria também o 1º em “iluminação pública” se esse item constasse da pesquisa.

Belo exemplo
A Câmara Municipal de Camaragibe acaba de dar um bom exemplo à sociedade. Tornou-se a primeira de Pernambuco a adotar um “Código de Ética”. Suplantou até mesmo a do Rio de Janeiro, que por 22 votos contra 7 rejeitou anteontem um projeto semelhante, de autoria de um brizolista: o vereador Pedro Porfírio (PDT).

Prévias do PMDB perderam o significado
Embora marcadas para 17/03, as prévias do PMDB perderam o seu significado. É que o único nome viável no partido, Itamar Franco (MG), perdeu o interesse pela candidatura porque 50% do partido não o apoiaria.

Rands celebra dobradinha com o vice do Cabo
Prego batido e ponta virada. O vice-prefeito do Cabo, Antonio Medeiros (PT), não apoiará o candidato do prefeito Elias Gomes (PPS) para a Câmara Federal. Será candidato a estadual fazendo dobradinha com Maurício Rands.

Telefonema 1
André de Paula (PFL) telefonou ontem às 7h para o vereador Roberto Andrade. Foi para dizer que “em momento algum” o criticou por ele ter defendido “candidato próprio” ao governo caso Jarbas Vasconcelos abdique da reeleição. André não trabalha com essa hipótese mas respeita a opinião do companheiro.

Telefonema 2
“Você me conhece há muitos anos e sabe do meu temperamento. Eu seria incapaz, porque esse não é o meu estilo, de um tipo de descortesia como esse”, disse o secretário de produção rural ao presidente do PFL do Recife. O vereador se deu por satisfeito e desconsiderou o que havia lido nos jornais.

Ex-aliado do deputado José Marcos (PFL) e hoje seu adversário em São José do Egito, o prefeito Paulo Jucá (PSB) encomendou uma pesquisa ao Cecope para avaliar sua popularidade. Os números são bastante animadores: 18% de “ótimo”, 47% de “bom” e 18% de “regular positivo”. “Ruim”, “péssimo” e “regular negativo” totaliza 15%.

Do ex-deputado Fernando Lyra (PPS) sobre a afirmação de Jarbas (PMDB) de que só em março de 2002 decidirá o seu futuro: “Vejo sinceridade em suas palavras porque ele de fato não sabe o que irá fazer. Se soubesse, com toda certeza já teria dito. Mas acho que, dificilmente, será candidato à reeleição”.

Terceiro lugar no “Datafolha” com 10% de intenções de voto, Garotinho (RJ) está prestes a dizer ao PSB que sua candidatura a presidente não tem mais retorno. Vai precisar de um “palanque” em Pernambuco e o seu preferido é Eduardo Campos. Resta ainda saber quem serão o vice, os dois candidatos ao Senado e os quatro suplentes.

O jantar oferecido ontem por Sérgio Guerra aos parlamentares do PSDB não foi apenas de confraternização. Serviu também para ele ouvir as opiniões dos companheiros sobre sua candidatura a senador. Se depender do líder Antonio Moraes, ele arquivará esse projeto e se candidatará à reeleição.


Editorial

Revelações estarrecedoras

Não há nenhuma palavra nos dicionários capaz de expressar todo o significado das denúncias que acabam de desmoronar sobre a Polícia Militar de Pernambuco. Dizer que são estarrecedoras é apenas uma força de expressão. Ali foram estampados nomes e números que talvez fossem tolerados no tempo do cangaço, quando se improvisava a autoridade de “agentes da lei” para caçar bandidos nas caatingas e todos terminavam por parecer a mesmíssima coisa, acima das normas legais, movidos pela vingança, sangrando, torturando e matando com os mesmos requintes de crueldade.

Trazer essas cenas de selvageria para hoje não é apenas incompreensível, mas intolerável. E, no entanto, aí estão para nos chocar e envergonhar. Revelar que policiais militares torturam e matam nega a dimensão humana e a responsabilidade constitucional que cada um deveria carregar. É forçoso nos indignarmos com o que acaba de ser denunciado, porque todos fomos atingidos pelas denúncias, seja pela carga de terror que elas contêm, seja a sensação de impotência diante do que parece uma deformação estrutural aparentemente incorrigível.

A dificuldade de absorver como tolerável a existência de grupos de tortura e extermínio onde deveria estar a reserva de segurança da sociedade é que deixa essa enorme perplexidade coletiva. Com freqüência cenários desse tipo arrancam exclamações de horror que revelam a nossa fragilidade, mas não é bastante. As coisas continuam a acontecer e ganhar mundo, como acaba de acontecer com as denúncias da TV Globo, e é preciso clamar por soluções.

De imediato o secretário de Defesa Social, Gustavo Lima, anunciou que os policiais militares denunciados seriam punidos e afastados da corporação e o governador Jarbas Vasconcelos cuidou de medidas que apontam para desinfecção da parte doente desta corporação que deveria estar acima de qualquer suspeita. Serão medidas suficientes para extirpar esse câncer de comportamento que agride a sociedade pernambucana?

Essa é uma questão para a qual todos devemos nos voltar e exigir resposta positiva. Até porque se sabe que não é toda a Polícia Militar de Pernambuco que está infectada. Quem circula pelas madrugadas do Recife - ultimamente quase sempre por obrigação ou fatalidade, porque mais e mais as pessoas se trancam em suas residências - pode testemunhar aqui, acolá, a atividade do lado são dessa corporação. Mais de um caso de seqüestro já foi frustrado pela ação da PM nos horários em que a quase totalidade da população está dormindo.

Esse registro, do lado saudável da PM, quase nunca é realçado porque é o que se espera dela, mas é forçoso reconhecer que há um trabalho voltado para a segurança da população que, vez ou outra, resulta em vidas e patrimônios poupados. O problema é que nenhum gesto de grandeza policial é suficiente para se sobrepor ao que acaba de ser divulgado. Tortura e extermínio são atitudes incompatíveis com a humanidade. Nada explica, nada justifica a barbárie contida em duas mil denúncias contra policiais militares, nem os números assombrosos de homicídios em Pernambuco, parte dos quais atribuídos a quem deveria impedi-los.

Às recentes greves dos policiais militares, à crise dos coronéis, à quebra da hierarquia numa entidade fundamentalmente hierarquizada soma-se agora esta denúncia terrível, intolerável em qualquer sociedade tida como civilizada, em qualquer democracia. E inadiável a restauração de uma imagem mais apropriada à Polícia Militar de Pernambuco, para que se instale entre nós a segurança de ir e vir necessária para qualquer povo. Porque se a violência e o excesso de autoridade - condenáveis a qualquer pretexto - são hoje dirigidos quase sempre contra jovens excluídos, margi nais, quem nos garante que amanhã todos não sejamos reféns do mesmo terror?


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12/21/2001


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