JEFFERSON ALERTA PARA SITUAÇÃO DE PRÉ-CONVULSÃO SOCIAL
O senador Jefferson Peres (PSDB-AM) alertou, nesta terça-feira (dia 12), para a situação de pré-convulsão social em que o Brasil se encontra. "Quando a face perversa dos problemas sociais como fome, desemprego e salários em atraso que a população enfrenta ficarem conhecidos lá fora, haverá um "estouro da boiada" dos capitais estrangeiros com conseqüências que não quero nem imaginar."Para Jefferson, o Brasil está preso numa armadilha macroeconômica perversa que não está permitindo saídas a curto prazo. "A manutenção de altas taxas de juros está inviabilizando a adoção, pelo governo, de políticas sociais que possam, pelo menos, aliviar os graves problemas que a população enfrenta", enfatizou, negando que suas críticas se devam à vontade de fazer oposição ao governo.Jefferson lembrou o discurso de posse do governador de São Paulo, Mário Covas, em que ele diz não ser possível confundir lealdade com subserviência. "Ao mesmo tempo que deu total apoio ao governo federal, Covas não deixou de criticar a política de juros altos que está sufocando a economia e gerando crescente desemprego", enfatizou.O senador pelo Amazonas considerou a tentativa de suicídio de uma mulher, nessa segunda-feira em São Paulo, mostrada em todos os telejornais, como emblemática da situação desesperada dos desempregados no país. "Depois da morte e da invalidez, a pior situação que uma pessoa pode enfrentar é o desemprego. Ela perde não apenas o meio de vida, mas também o referencial, a auto-estima e até a dignidade."Segundo Jefferson, o orçamento para 1999, que será aprovado em breve, faz uma "economia de palitos", ao cortar verbas de programas educacionais como saúde escolar, distribuição de livros e combate ao analfabetismo, e de programas sociais como de atendimento de idosos, crianças e deficientes. "Uma simples diminuição de um ponto percentual na taxa de juros representaria uma economia muito maior para o governo, sufocado pelo serviço de sua dívida interna."Em aparte, o senador Ernandes Amorim (PPB-RO) citou o gesto do governador de Minas Gerais, Itamar Franco, de decretar moratória como uma demonstração das dificuldades financeiras que os estados estão enfrentando. "Certamente ele tem suas razões para dar o primeiro grito mostrando que os governadores precisam pensar no social", finalizou.
12/01/1999
Agência Senado
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