JEFFERSON DEFENDE MAIOR PRESENÇA DAS FORÇAS ARMADAS NA FRONTEIRA AMAZÔNICA



O mais recente incidente na fronteira do Brasil com a Colômbia demonstra a necessidade de as Forças Armadas concentrarem maiores contingentes na Amazônia, em detrimento das fronteiras do Sul, em que "a possibilidade de um conflito é quase igual a zero", disse nesta segunda-feira (dia 9) o senador Jefferson Péres (PSDB-AM).Para o senador, "não é da maior gravidade" o fato em si de as Forças Armadas colombianas terem solicitado o uso de um aeroporto em terras brasileiras para fins humanitários e utilizá-lo também como base de apoio para organizar uma reação aos rebeldes que ocuparam uma cidade próxima à fronteira. O problema, na opinião de Jefferson Péres, é que a Colômbia enfrenta uma guerra de guerrilhas há cerca de 30 anos, a ponto de o atual presidente daquele país ter cedido às forças rebeldes o controle de uma parte do território colombiano. "Há sérias suspeitas de que os grupos guerrilheiros estariam sendo financiados pelo narcotráfico", o que deveria chamar a atenção das autoridades brasileiras para a necessidade de intensificar a vigilância ao longo dos dois mil quilômetros das fronteiras nacionais com cinco outros países da América do Sul, acrescentou.A região fronteiriça caracteriza-se por baixa densidade econômica e demográfica, habitada por população rarefeita e paupérrima, suscetível de ser atraída pelas atividades de contrabando e narcotráfico, afirmou o senador. Nessa área, continuou, o poder público se faz representar através de duas únicas instituições: a Igreja Católica, particularmente os padres salesianos, que desenvolvem "notável trabalho de prestação de serviços de educação e saúde"; e as Forças Armadas, com seus quartéis, hospitais e cargueiros aéreos que realizam serviços de transporte.- É preciso maior presença das Forças Armadas - insistiu.Como o governo articula a criação de um Ministério da Defesa, Péres sugeriu o deslocamento dos contingentes sediados na fronteira com a Argentina para o extremo norte do país. A medida, enfatizou, seria também um estímulo à demanda por produtos e serviços locais, dado o aumento da massa salarial paga aos militares que prestam serviços na Amazônia.

09/11/1998

Agência Senado


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