Jefferson Péres defende classe média
O senador Jefferson Péres (PDT-AM) condenou a resistência do Poder Executivo em reajustar a tabela do Imposto de Renda de Pessoas Físicas (IRPF) e lamentou que a classe média brasileira não se encontre entre as prioridades do governo, a seu ver mais preocupado em cumprir as metas de superávit fiscal acertadas com o Fundo Monetário Internacional (FMI).
- Sem conexões políticas nos círculos decisórios, sem lobby no Congresso Nacional, a classe média é presa fácil da fúria arrecadatória do governo. Um governo que dá prioridade tão absoluta às metas acertadas com o FMI e aos compromissos com os banqueiros que não tem tempo, nem energia, para preocupar-se em prestar serviços públicos condizentes com a imensa massa de recursos extraída da sociedade - afirmou.
A União, disse o senador, afirma não ter alternativa de arrecadação e ameaça transferir para os mais pobres, por meio do corte de programas sociais, a perda de R$ 5,3 bilhões que teria com a correção da tabela do IRPF.
Péres citou artigo publicado no jornal Gazeta Mercantil pelo advogado Sidney Stahl para contestar as intenções do governo. Segundo dados do artigo, grandes proprietários rurais beneficiaram-se recentemente da decisão do governo de transferir para o Tesouro uma dívida de R$ 10,7 bilhões, garantindo 25 anos de prazo aos ruralistas para pagá-la. "Que contraste com o duro tratamento dispensado à classe média!", comparou o senador.
Neste ano eleitoral, disse Péres, as frustrações dos contribuintes serão levadas em conta no momento em que se estabelecer o "cálculo político para definir a candidatura e a plataforma eleitoral que ofereçam à classe média brasileira a oportunidade de trilhar novos caminhos, longe da insensibilidade, das agruras e dos sacrifícios impostos há vários anos pela política econômica do atual governo".
12/04/2002
Agência Senado
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