Jefferson Péres quer Senado como centro das discussões do país
O novo líder do PDT, senador Jefferson Péres (AM), afirmou que o Senado brasileiro precisa se tornar o centro das discussões do país, com o mesmo poder e atuação do Senado dos Estados Unidos.
- Neste momento em que o Brasil se prepara para enfrentar as conseqüências de uma possível guerra dos Estados Unidos contra o Iraque, e a Venezuela, nosso vizinho, se debate numa crise política sem precedentes, o Senado brasileiro precisa fazer valer sua voz, que deve ter igual peso ao das posições defendidas pelo Itamaraty - disse.
Na opinião de Jefferson, temas como dívida pública, política externa, segurança pública e combate ao narcotráfico precisam ser debatidos amplamente no Senado, sem tabus. Para o senador, não se justifica, por exemplo, a proibição de se discutir a descriminação de algumas drogas.
Lula
Jefferson Peres ressaltou que o PDT integra a base de apoio do governo Lula, mas observou que isto não quer dizer concordar com tudo.
- Não abdicaremos do direito de criticar ou votar contra propostas que não aprovamos - disse.
O senador apontou as reformas previdenciária, tributária e trabalhista como os primeiros e mais importantes temas que o Congresso deverá discutir e aprovar. Para ele, a Previdência é uma bomba-relógio que precisa ser desarmada, enquanto a reforma tributária é indispensável para o equilíbrio das contas públicas.
- É evidente que os direitos adquiridos de todos precisam ser respeitados, mas é necessário diferenciá-los da expectativa de direito. Também defendo um sistema universal de aposentadorias para servidores públicos e da iniciativa privada, mas com regras que levem em conta especificidades como concurso, contribuições diferentes e FGTS. Não se pode igualar os desiguais, sem regras de transição - explicou.
Jefferson disse, ainda, que os militares devem ficar fora do sistema, tendo em vista a especificidade nítida da carreira. Ele acha que os magistrados podem ser incluídos no sistema único, desde que o teto para aposentadorias seja algo em torno de R$ 4 mil, com opção para complementação através de fundos previdenciários.
01/02/2003
Agência Senado
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