JEFFERSON PÉRES: CRISE NÃO ATINGIU ECONOMIAS SANEADAS COMO A DO CHILE



O senador Jefferson Péres (PSDB-AM) disse hoje (dia 14) que a propagação da crise das bolsas não marcou diferenças entre Primeiro e Segundo Mundo, mas entre economias saneadas e aquelas "que não fizeram a lição de casa". No Leste Asiástico, Tailândia, Malásia e Indonésia estão com sérios problemas estruturais, e, na América Latina, Brasil, México e Argentina ainda não conseguiram equilibrar suas economias, observou.

- Tem passado desapercebido que o Chile não sentiu a crise e que, se a bolsa chilena oscila como as dos Estados Unidos e Europa, sua economia não está ameaçada porque, de todos os países latino-americanos, é o que tem fundamentos mais sólidos - acrescentou.

Péres destacou que esse é o teor da avaliação feita por Allan Greenspan em pronunciamento perante a Comissão Bancária e Financeira da Câmara de Representantes americana. Com a credencial de ter antecipado que as bolsas estavam com uma "exuberância irracional", disse o senador, Greenspan assegurou que os Estados Unidos não serão afetados e que a crise só se propagará naquelas economias que não têm bases sólidas.

As condições da economia chilena, conforme Jefferson Péres,são as seguintes: fez seu ajuste macroeconômico no começo da década de 80, conseguiu alongar a dívida pública, "que está sendo paga tranqüilamente e sem ônus para os chilenos", e registra um crescimento do PIB de 6% ao ano nos últimos 18 anos. Sem paridade, a moeda chilena oscila livremente em relação ao dólar e, apesar de ser uma das economias mais abertas, a balança comercial obtém superávits seguidos, afirmou.

-O Chile não precisa dramaticamente da poupança externa, pois não tem desequilíbrio em suas contas e, graças à reforma da previdência, elevou a poupança interna para cerca de 30% do PIB, a mais alta da América Latina - frisou.

Além desses fatores, Jefferson Péres também ressaltou que o Chile praticamente completou seu processo de privatização, mantendo nas mãos do governo apenas a estatal de cobre, pelo peso que ela tem nas exportações chilenas e "porque o regime militar destinou parte dos recursos da estatal para a modernização do Exército". Com tal solidez, concluiu, o Chile só será atingido pela crise se esta representar uma brutal retração do mercado internacional, o que prejudicaria economias exportadoras como a chilena.



14/11/1997

Agência Senado


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