Jefferson teme que proibição de armas aumente comércio clandestino



Ao avaliar as ações futuras de combate à violência, o senador Jefferson Péres (PDT-AM) disse que é favorável ao substitutivo do senador Pedro Piva (PSDB-SP) que proíbe o porte de armas, mas receia que a medida seja inócua, já que, em sua opinião, o bandido continuará conseguindo a arma que quiser no mercado clandestino.

- Eu apóio o projeto de Piva, mas sou contrário às outras propostas mais radicais que proíbem o porte, a posse, a fabricação e a comercialização total de armas no território nacional. Isso só iria gerar um incremento do mercado negro de armamento e penalizar o cidadão comum, que quer uma arma para se defender. Toda proibição drástica gera clandestinidade - disse Jefferson.

O senador é presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional e coordenou, no ano passado, a tramitação das propostas sobre o assunto naquele colegiado, quando foi aprovado o substitutivo de Pedro Piva ao projeto do senador Renan Calheiros (PMDB-AL). Jefferson contou que foi sua a iniciativa de "desengavetar" a matéria que enfrentava, segundo contou, muita polêmica.

- Havia um impasse e eu tomei a decisão que forçasse a apreciação do projeto, pois a pior coisa que uma casa legislativa pode fazer é não votar uma matéria. Seja qual for a decisão, é melhor do que nenhuma - afirmou o senador, acrescentando que depende agora do presidente da Casa colocar o projeto em votação.

Jefferson disse, inclusive, que concorda com as críticas que o Legislativo tem recebido por parte da mídia de inoperância no combate à criminalidade.

- As críticas procedem, porque, como eu já disse, o pior que uma casa de leis pode fazer é não votar um projeto. Temos agora cerca de quatro meses, até o período de prévia das eleições, para ver se são votadas as matérias relativas a esse assunto - afirmou.



04/02/2002

Agência Senado


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