João Alberto aconselha Antero Paes de Barros a apresentar defesa prévia
O presidente do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, senador João Alberto Souza (PMDB-MA), afirmou nesta quarta-feira (30) à Agência Senado que, mesmo ainda não tendo aberto processo disciplinar no colegiado contra o senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT), seria bom que o parlamentar já enviasse uma defesa prévia ao conselho para esclarecer as denúncias de sua participação na chamada máfia das ambulâncias.
- Normalmente, quando há uma denúncia contra qualquer parlamentar, é aconselhávele até saudável que ele envie logo uma defesa prévia ao conselho, para prestar uma satisfação. Mas o Antero ainda não fez isso - afirmou João Alberto.
O presidente do Conselho de Ética disse também que o colegiado ainda não recebeu qualquer documento contra Antero Paes de Barros, mas afirmou que, se for protocolada uma denúncia ou representação da Mesa da Casa contra o parlamentar pelo estado de Mato Grosso, tomará as providências cabíveis.
- Recebendo uma denúncia de qualquer pessoa ou representação de partido político ou da Mesa do Senado, abrirei processo disciplinar para investigar o senador e designarei um relator para o caso - informou João Alberto.
O Conselho de Ética já abriu processo disciplinar por quebra de decoroparlamentar contra os senadores Ney Suassuna (PMDB-PB), Serys Slhessarenko (PT-MT) e Magno Malta (PL-ES), todos investigados pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dos Sanguessugas por suposta participação no esquema de utilização irregular de recursos do Orçamento da União para a compra de ambulâncias destinadas a municípios com preços superfaturados.
Na terça-feira (29), o presidente da CPI Mista, deputado Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ), informou que iniciará investigação também contra Antero Paes de Barros e outros dois deputados (Salvador Zimbaldi, do PSB de São Paulo, e Philemon Rodrigues, do PTB da Paraíba). Os três estão sendo notificados para que prestem esclarecimentos sobre as acusações de participação na máfia das ambulâncias. Em entrevista à imprensa nesta quarta (30), Biscaia afirmou que, até agora, dos três parlamentares, somente Philemon lhe comunicou que havia protocolado a defesa junto à comissão de inquérito.
Até o início de agosto, a CPI Mista já havia investigado 90 parlamentares, dos quais 72 (três senadores e 69 deputados) foram citados no relatório preliminar da comissãopor conduta incompatível com o decoro parlamentar.Eles tiveram seus nomes incluídos no relatório por haver indícios ou provas de participação no esquema de uso irregular de recursos do Orçamento da União para a compra de ambulâncias a preços superfaturados.
Dos 69 deputados, dois (Cariolano Sales, do PFL da Bahia, e Marcelino Fraga, do PMDB do Espírito Santo) renunciaram aos respectivos mandatos parlamentares para não perderem os direitos políticos na hipótese de serem cassados.
30/08/2006
Agência Senado
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